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Morre Choi Eun-hee, atriz que foi sequestrada pelo regime norte-coreano

Morre Choi Eun-hee, atriz sul-coreana sequestrada pelo regime de Pyongyang - AFP PHOTO / YONHAP
Morre Choi Eun-hee, atriz sul-coreana sequestrada pelo regime de Pyongyang Imagem: AFP PHOTO / YONHAP

Da EFE

Em Seul (Coreia do Sul)

17/04/2018 03h20

A atriz Choi Eun-hee, ícone do cinema sul-coreano dos anos 1960 e 1970, que passou oito anos sequestrada pelo regime de Kim na Coreia do Norte, faleceu na segunda-feira, em Seul, aos 91 anos, após uma longa doença, informou sua família.

Ela tinha dado entrada em um hospital para realizar um tratamento de rotina quando faleceu, revelou seu filho mais velho, Shin Jeong-gyun, em declarações divulgadas pela agência local "Yonhap".

Choi e seu marido, o diretor Shin Sang-ok, se tornaram no principal casal da indústria cinematográfica do país asiático nos anos 1960 e 1970.

Juntos, eles assinaram mais de 100 filmes, entre eles "Sarangbangsonnimgwaeomeoni" (1961) e "BalganMahura" (1964), ambos com Choi como protagonista.

Em 1976, após descobrir que Shin mantinha uma relação paralela com a atriz Oh Su-mi, com quem teve dois filhos, se divorciaram.

Choi foi sequestrada dois anos depois durante uma viagem a Hong Kong e levada para a Coreia do Norte, onde foi recebida por Kim Jong-il (pai do atual líder norte-coreano, Kim Jong-un).

Desesperado para saber o que havia acontecido com sua ex-mulher, Shin seguiu o rastro de Choi até Hong Kong, onde ele também seria sequestrado e levado para a Coreia do Norte.

Lá, Kim Jong-il, um apaixonado pela sétima arte, comunicou a eles seu plano de transformá-los no pilar que transformaria o cinema de propaganda norte-coreano.

O próprio Kim lhes pediu que eles se casassem novamente em 1983 e sob sua estrita supervisão, chegaram a rodar sete filmes na Coreia do Norte antes de fugirem.

Eles fizeram isso convencendo o ditador de que, para internacionalizar, o cinema e as conquistas do regime, seria ideal abrir estúdios em Viena, onde viajaram em 1986 e conseguiram asilo na embaixada dos Estados Unidos após despistar aos agentes que os vigiavam.

Ambos viveram durante a seguinte década nos Estados Unidos antes de retornar para a Coreia do Sul, onde Shin faleceu em 2006.

Desde então, a saúde de Choi começou a se deteriorar rapidamente, de acordo com familiares e cronistas que a entrevistaram na casa de repouso onde vivia, nos arredores de Seul.