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Fotojornalista venezuelano Ronaldo Schemidt recebe prêmio World Press Photo

12/04/2018 18h32

Amsterdã, 12 abr (EFE).- O fotojornalista venezuelano Ronaldo Schemidt recebeu nesta quinta-feira em Amsterdã o prêmio World Press Photo por uma imagem que retrata a um manifestante da oposição com o corpo em chamas durante distúrbios em Caracas, em maio de 2017.

A imagem mostra o momento no qual José Víctor Salazar, de 28 anos, corre coberto pelo fogo após ser atingido por um jato de gasolina proveniente de uma moto da Guarda Nacional Bolivariana que foi incendiada pelos manifestantes com um coquetel molotov.

O jovem, transformado em uma tocha humana e usando uma máscara de gás, corre em busca de ajuda para apagar o fogo de seu corpo, enquanto ao fundo da imagem se vê, pintado na parede, um pequeno grafite de uma pistola que aponta para a palavra "paz".

O fotojornalista da Agência France-Presse (AFP) trabalha habitualmente no México, onde vive, mas retorna de vez em quando ao seu país natal para documentar notícias relevantes e, em maio de 2017, estava cobrindo os protestos contra o governo da Venezuela quando fez a foto premiada.

Schemidt estava de costas quando o manifestante se transformou em uma bola de fogo, mas deu meia volta ao sentir o calor das chamas, pegou a câmara e começou a clicar sem ainda ter consciência da gravidade do que estava acontecendo.

A vítima, que passou correndo ao lado do fotojornalista, caiu no chão segundos depois, momento no qual outros manifestantes conseguiram apagar o fogo.

Uma ambulância levou o manifestante a um hospital e ele conseguiu sobreviver, apesar de ter sofrido queimaduras de primeiro e segundo grau.

A fotografia de Schemidt superou outras cinco candidatas, que retratavam o atentado de Westminster, em Londres; uma vítima do grupo terrorista Boko Haram, na Nigéria; o drama dos refugiados rohingyas, em Mianmar; e duas imagens da libertação de Mossul do Estado Islâmico por parte das forças iraquianas.

Ronaldo Schemidt também conseguiu o prêmio de melhor "Fotografia de atualidade", enquanto outro venezuelano, Juan Barreto, recebeu seu terceiro prêmio na categoria "Histórias de atualidade".