Fóssil revela que homo sapiens deixou a África antes do que se imaginava
Berlim, 9 abr (EFE).- Um fóssil humano encontrado no deserto de Nefud, na Arábia Saudita, indica que o homo sapiens saiu da África e começou sua expansão pela Eurásia muito antes do que se pensava até agora.
O fóssil, que foi descoberto através de um projeto dirigido pelo Instituto Max Planck de Etno-História, é a falange de um dedo de 3,2 centímetros e, segundo os testes aos quais foi submetido, tem entre 88 e 90 mil anos, o que o transforma no mais antigo já encontrado fora da África e do Levante - região que compreende os territórios de Síria, Jordânia, Israel, Palestina, Líbano e Chipre.
Antes dessa descoberta, acreditava-se que a expansão precoce do homo sapiens para a Eurásia não tinha sido bem-sucedida e que não tinha passado das florestas mediterrâneas próximas da África.
Os especialistas, na sua pesquisa publicada na revista "Nature Ecology and Evolution", chegaram à conclusão que, tendo em vista a descoberta desse fóssil, a expansão foi necessariamente mais ampla.
A falange foi encontrada no sítio arqueológico da Al Wusta onde, há 90 mil anos, havia pradarias e um lago no lugar dos desertos áridos de hoje.
No mesmo sítio foram encontrados fósseis de diversos animais, entre eles hipopótamos, além de ferramentas de pedra, provavelmente fabricadas por seres humanos.
Segundo o diretor do projeto, Michael Petraglia, a Península Arábica foi considerada durante muito tempo como um território distante da vertente principal da evolução humana.
"O descobrimento coloca agora a Arábia no mapa como uma região-chave para compreender nossa origem e a expansão de nossa espécie no resto do mundo", disse Petraglia através de um comunicado do Instituto Max Planck.
No projeto, além do Instituto Max Planck, participaram instituições sauditas e a Universidade de Oxford, do Reino Unido. EFE
rz/rpr
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