Morre o pianista Cecil Taylor, pioneiro da improvisação no jazz
O pianista americano Cecil Taylor, pioneiro da improvisação no jazz e ícone da vanguarda do gênero, morreu ontem aos 89 anos em Nova York, segundo informou nesta sexta-feira (06) a emissora de rádio pública "NPR".
Taylor morreu por causas não especificadas em sua casa no distrito do Brooklyn e hoje recebia várias mensagens de admiração de fãs, músicos e críticos, como Ted Gioia, que em um tweet o considerou "um dos maiores inovadores da música moderna".
Filho único de uma família de classe média do bairro de Queens, o prolífico músico aprendeu a tocar piano aos seis anos e mais adiante estudou no New York College of Music e no New England Conservatory de Boston, estimulado especialmente por sua mãe, que o encorajou a praticar seis dias por semana.
Em 1956 lançou seu primeiro álbum, "Jazz Advance", como líder de um quarteto, e na metade da década seguinte seu nome já era comparado aos de Ornette Coleman, Albert Ayler e John Coltrane, embora muitos bares de jazz tenham lhe fechado as portas no início, obrigando-lhe a recorrer a outros trabalhos, seja de lavador de pratos ou tintureiro.
"O público riu durante sua primeira apresentação oficial, o que levou o promotor a cancelar seu show na noite seguinte, um padrão que se repetiria nos seus primeiros espetáculos em clubes de jazz convencionais, que confundiam os ouvintes", afirmou em seu obituário o jornal "The Guardian".
Em 1966, gravou sob o selo Blue Note o álbum "Unit Structures", onde utilizou a tonalidade do blues e as improvisações para sair das estruturas tradicionais do jazz, enquanto dava liberdade a seus músicos através das partituras, segundo destacou o jornal "The New York Times".
Após lançar "Conquistador!" um ano depois, Taylor fez uma pausa e ressurgiu com grande criatividade nos 1970 para dedicar-se a partir da década seguinte a apresentações solo em teatros e museus por todo o mundo, especialmente do outro lado do Atlântico.
Fruto disso é "In Berlin '88", um conjunto de 11 discos que resumem sua aventura musical de um mês na Berlim Ocidental, e que foram objeto de uma reedição especial em 2015.
Em 2016 protagonizou uma exibição retrospectiva no museu Whitney de Nova York, onde foi convidado a apresentar-se ao vivo e recebeu homenagens de outros artistas em galerias que documentavam sua carreira por meio de vídeos, música e fotografias.
A morte de Taylor aconteceu apenas três semanas depois do de seu colaborador Buell Neidlinger, de 82 anos, que fez parte do quarteto com o qual lançou seu álbum de estreia.
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