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Repórteres Sem Fronteiras apresenta método para lutar contra desinformação

03/04/2018 10h58

Paris, 3 abr (EFE).- A ONG Repórteres Sem Fronteira (RSF) apresentou nesta terça-feira em Paris um novo dispositivo para lutar contra a desinformação na internet, que pretende regular os processos de produção jornalística e premiar quem der informações de qualidade.

O objetivo da Journalism Truste Initiative (Iniciativa de Jornalismo de Confiança) é criar uma série de normas que sirvam de referência para a auto-regulações dos veículos de imprensa de todos os tipos, desde grandes grupos internacionais até pequenos blogs.

"Neste momento, as informações falsas circulam mais rápido do que as verdadeiras", lamentou hoje o secretário-geral da RSF, Christophe Deloire, que insistiu que é necessário "investir nesta lógica", embora sua proposta não se centre no conteúdo das notícias, mas no processo de produção e redação.

Os padrões sobre transparência, independência editorial e respeito das regras deontológicas serão estabelecidos pelos próprios profissionais da comunicação, que a partir de hoje poderão participar de um processo aberto a veículos de imprensa, plataformas digitais, instâncias de auto-regulações e anunciantes.

Esta iniciativa também oferece vantagens para quem cumprir com estas normas, como uma maior visibilidade em motores de busca como o Google através de algoritmos que favorecerão as informações independentes e de qualidade.

Como explicou hoje o secretário-geral da Conferência Permanente do Audiovisual Mediterrâneo (COPEAM), Claudio Cappon, a ideia é "criar listas brancas, ao invés de listas negras", que servirão aos anunciantes para decidir em quais veículos de imprensa fazem publicidade.

Deloire apontou que defender o jornalismo "passa por defender a sua economia", por isso que quiseram criar esse dispositivo de auto-regulações que permite "ligar os aspectos deontológicos às questões econômicas".

Segundo explicaram hoje os criadores da iniciativa, na qual também participam a União Europeia de Radiodifusão (UER) e a Global Editors Network (GENE), este sistema poderia servir também de referência para as ajudas públicas existentes em alguns países.