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Charlize Theron estrela comédia sobre tráfico de drogas no México em "Gringo"

Charlize Theron em pôster do filme "Gringo - Vivo ou Morto" - Reprodução
Charlize Theron em pôster do filme "Gringo - Vivo ou Morto" Imagem: Reprodução

David Villafranca

Los Angeles (EUA)

20/03/2018 09h57

Na pele de uma executiva arrogante e manipuladora, Charlize Theron se junta a David Oyelowo, Amanda Seyfried e Joel Edgerton no elenco de "Gringo - Vivo ou Morto", uma comédia sobre o tráfico de drogas e a violência no México.

"Nos três primeiros dias de filme, não parei de pedir desculpas à equipe, aos atores, ao diretor, Nash  Edgerton, a todos. Na hora de comer eu dizia: 'Perdão por ter dito aquilo hoje'. Mas gosto de interpretar pessoas muito diferentes de mim", comentou Theron, com bom humor, por causa do comportamento racista de sua personagem.

"Gringo", que ainda não tem data de lançamento no Brasil, foca em Harold (Oyelowo), um humilde e bem-intencionado funcionário negro de uma empresa farmacêutica americana que se vê envolvido em uma espiral de arriscadas confusões no México pelos desacordos entre os seus chefes Richard (Edgerton) e Elaine (Theron) com um sanguinário cartel de traficantes.

Theron, que no ano passado fez os filmes de ação "Atômica" e "Velozes e Furiosos 8", aposta agora na comédia não só como atriz, já que também é produtora em "Gringo".

A sul-africana, vencedora do Oscar por "Monster: Desejo Assassino" em 2004, explicou que ficou fascinada pelo curta-metragem "Spider" e a "voz única" do diretor Nash Edgerton, irmão de Joel Edgerton, razão pela qual trabalharam juntos por anos até o surgimento de "Gringo".

Gravado em Chicago (Estados Unidos), Cidade do México e Vera Cruz (México), o longa ainda conta uma ponta de Paris Jackson, a filha do "rei do pop", Michael Jackson.

O filme coloca cara a cara personagens com boas intenções, como os interpretados por Oyelowo e Seyfried, e cruéis e perversos como o de Charlize Theron.

"Todos conhecemos pessoas que são ignorantes e que vivem nessa espécie de bolha", analisou a atriz sobre sua interpretação ao mencionar o narcisismo que caracteriza Elaine.

Oyelowo, conhecido pelos papéis mais dramáticos em "Selma: Uma Luta Pela Igualdade" (2014) e "Um Reino Unido" (2016), revelou que buscava fazer "algo mais leve" sem que se tratasse de um filme apenas "timidamente divertido".

Além disso, disse que seria interessante encontrar um filme com espaço para a reflexão social entre as cenas de humor e as gargalhadas.

"Acho que todos os imigrantes ou filhos de imigrantes sabem o que é estar em um país fora de sua terra natal e confiar nas pessoas mais do que deveria. Vi isso nos meus pais (de origem nigeriana), que emigraram ao Reino Unido. Eu emigrei aos EUA com os meus filhos há 11 anos. Simplesmente, me pareceu verídico", contou o ator.

Outro assunto muito presente no filme é o tráfico de drogas. Charlize  Theron, que revelou ter parado de fumar maconha após muitos anos como usuária, dedicou algumas palavras ao debate sobre a legalização como forma de combate à violência do narcotráfico.

"Vi o que a maconha medicinal fez a pessoas que tinham sérios problemas de saúde. Ajudou a minha mãe", disse a atriz, ao explicar que a mãe tinha problemas nos pés e que não podia praticar atividades físicas até que começou a utilizar um creme de cannabis.

"Só acho que precisamos nos educar um pouco mais e não generalizar quando falamos sobre drogas. Temos bons exemplos na Holanda e em outras partes do mundo onde as drogas foram descriminalizadas. Quando vemos viciados sendo tratados da mesma maneira que pessoas com diabetes, temos uma sociedade mais saudável", opinou.