Colômbia lamenta que séries como "Narcos" só mostrem versão dos criminosos
O vice-presidente da Colômbia, Óscar Naranjo, pediu nesta quarta-feira (14) que produtores de filmes e séries de TV, como "Narcos", que mostram a história do tráfico de drogas no país, "não escutem somente a versão de quem foi fora da lei".
"O que pediria é que, ao contar essa tragédia, não escute somente a versão de quem foi fora da lei", afirmou ele em entrevista à Agência Efe em Viena.
Perguntado sobre qual a opinião que tinha sobre séries como a de José Padilha, ele argumentou que seria bom também dar a versão de quem estava nas instituições públicas e "travou uma batalha pelo cumprimento da lei".
"Essa parte da história é um componente que hoje aparece como um espaço vazio na narrativa ao redor do narcotráfico na Colômbia", lamentou.
O vice-presidente enfatizou que é "totalmente legítimo" que sejam feitas produções de ficção sobre o tema e defendeu, como "democrata integral", o fato de as "sociedades poderem recriar através de expressões artísticas e culturais a sua própria tragédia".
Mas também pediu que nessas produções fique claro para o público que se trata de "uma mistura de ficção com realidade ou se é totalmente realidade ou totalmente ficção".
"Porque está prejudicando as novas gerações essa mistura de ficção e realidade. Quem não viveu a história, realmente, quando vê a série e essa série tem ficção, fica totalmente confuso com a história do próprio país", alertou.
"Quando você chega a grandes cidades, a Madri por exemplo, e vê o cartaz de 'Narcos', muitos colombianos dizem 'nós não somos narcos, nós somos pessoas boas, somos empreendedores, produtivos e capazes', esses cidadãos têm um pouco de razão", opinou.
Naranjo se referia aos polêmicos cartazes de divulgação da série "Narcos", produzida pelo Netflix, que foram colocados na Porta do Sol, em Madri, no ano passado.
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