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Cinema francês premia luta contra a Aids de "120 Batimentos por Minuto"

Cena de  "120 Batimentos por Minuto", premiado no César - Reprodução
Cena de "120 Batimentos por Minuto", premiado no César Imagem: Reprodução

De Paris (França)

02/03/2018 22h19

Maior prêmio do cinema na França, o César teve como grande vencedor nesta sexta-feira "120 Batimentos por Minuto", que mostra a luta travada nos anos 80 contra a Aids, em uma cerimônia de entrega que homenageou outra grande batalha: a das mulheres contra os abusos sexuais, com todos os presentes usando um laço branco na lapela.

O filme de Robin Campillo, que conta a militância dos ativistas mais radicais que na década de 80 quiseram trazer à tona o sofrimento dos soropositivos, terminou a noite com seis prêmios, entre eles o de melhor filme.

"120 Batimentos por Minuto" também faturou nas categorias de melhor roteiro original, melhor música original, melhor montagem, melhor ator revelação com o argentino Nahuel Pérez Biscayart e melhor ator coadjuvante com o francês Antoine Reinartz.

Em segundo lugar ficou outro grande favorito da noite, "Au Revoir Là-Haut", de Albert Dupontel, indicado em 13 categorias e que levou a melhor em cinco: melhor diretor, melhor roteiro adaptado, melhor fotografia, melhor figurino e melhor direção de arte.

Já o modesto "Petit Paysan", sobre um pecuarista do interior da França que luta para salvar seu rebanho de vacas de uma epidemia, contado por Hubert Charuel, levou três prêmios: o de melhor primeiro filme, melhor ator com Swann Arlaud, e o de melhor atriz coadjuvante para Sara Giraudeau.

O César de melhor atriz ficou com Jeanne Balibar pelo filme Barbara, que conta a história de uma atriz que interpreta a famosa cantora francesa Barbara e seu profundo envolvimento com a personagem, uma obra que também venceu o prêmio de melhor som. Já o troféu de melhor produção estrangeira ficou com o russo Andrei Zvyagintsev, por "Sem Amor".

Pela primeira vez na história da premiação, o filme com maior sucesso de bilheteira também recebeu um César, que ficou com "Uma Agente Muito Louca", de Dany Boom.

A luta das mulheres contra o assédio esteve presente durante toda a cerimônia, e o apresentador Manu Payet pediu a todos os presentes que se levantassem e pensassem no problema: "Ouvi falar que isso só afeta Hollywood, e não a França. De uma vez por todas, é preciso dizer que não existe nenhum 'não' que queira dizer 'sim".

Outro momento importante da noite ficou a cargo da espanhola Penélope Cruz, que recebeu o César Honorário das mãos do diretor Pedro Almodóvar. A atriz não conseguiu conter as lágrimas ao lado de seu marido, o também ator Javier Bardem, e sua mãe, a quem agradeceu pelo apoio quando ainda era uma menina e disse em casa que queria ser atriz.