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Filho de Escobar diz ter mais direito de lucrar com o pai do que a Netflix

Juan Pablo Escobar, filho de Pablo Escobar, lança novo livro de relatos sobre o pai - EFE
Juan Pablo Escobar, filho de Pablo Escobar, lança novo livro de relatos sobre o pai Imagem: EFE

Madri (ESP)

28/02/2018 15h54

Cansado de filmes, séries e novelas que "glorificam" a figura de Pablo Escobar, Juan Pablo, filho do fundador do cartel de Medellín, produziu dois documentários e escreveu dois livros sobre seu pai, além de percorrer o mundo com suas conferências sobre o narcotraficante.

"Lucrei com o nome do meu pai, mas tenho mais direito a isso do que a Netflix", afirma.

"Sendo o filho de Pablo Escobar, tenho um pouquinho de direito de fazer dinheiro com ele, o mesmo que a Netflix - que dedicou a Escobar a série 'Narcos' --, mas eu o faço de forma mais responsável. Poderia ganhar dinheiro mais rápido louvando meu pai, glorificando-o como a Netflix faz, mas quis mostrar a realidade sem maquiagem", explicou Juan Pablo a um grupo de jornalistas nesta quarta-feira (28).

Segundo ele, "grande parte" do que ganha é dedicado a vítimas da violência de seu pai e a jovens de Medellín em risco de cair no narcotráfico, embora faça isso "em silêncio".

Juan Pablo, arquiteto de profissão, afirma que Escobar sempre o incentivou a estudar e não a herdar seu império da droga, e diz que o "amor" que sentiu por ele como filho não o cegou ao ponto de impedi-lo de ver "a grande violência que exerceu".

Além disso, lamenta que as produções que sobre o fundador do cartel de Medellín não mostrem situações como quando, estando foragido, "morria de fome", embora estivesse com "milhões de dólares em dinheiro".

"Era um bandido que tinha que se esconder, por isso quanto mais rico ficava, mais pobremente tinha que viver. Se escondia em casas nas quais morria de frio ou de calor, sem geladeira, sem piso, com goteira... Essas mensagens foram perdidas nas séries e são as mais instrutivas".

Juan Pablo também se mostrou partidário de regularizar as drogas para que cheguem ao consumidor "menos venenosas e menos destrutivas" e aposta na educação "como única arma efetiva".