Filmes latinos fazem história no Festival de Berlim

As produções latino-americanas marcaram presença no Festival de Berlim deste ano, ao seus dois candidatos ao Urso serem premiados - o paraguaia "Las herederas" e o mexicano "Museo" -, e com os brasileiros sendo lançados em seções paralelas.

O filme "O Processo", documentário de Maria Augusta Ramos sobre o impeachment de Dilma Rousseff, entrou no top 3 de melhor documentário escolhido pelo público.

Já pelo júri, "Las herederas", dirigido pelo estreante Marcelo Martinessim levou dois Ursos de Prata: o de melhor atriz, para Ana Brun, e o Prêmio Alfred Bauer, em memória do fundador do festival. "Museo", por sua vez, do mexicano Alonso Ruizpalacios e interpretado por Gael García Bernal, ganhou a Prata de melhor roteiro.

O cinema latino-americano deixou sua marca na história da 68ª edição da Berlinale, um festival em 2008 que deu o Ouro para "Tropa de Elite", de José Padilha.

"Tinta Bruta", de Filipe Matzembacher e Márcio Reolon, recebeu o prêmio da Confederação Internacional dos Cinemas de Arte e Experimentais - CICAE - e o maior prêmio do Teddy, destinado aos filmes com especial sensibilidade para a temática LGBT.

Exibido na sessão Panorama, a segunda mais importante do festival, "Tinta Bruta" narra a história de Pedro, um jovem homossexual que ganha dinheiro com vídeos na internet. O "Teddy" para o melhor documentário também foi para o Brasil. "Bixa Travesty", de Claudia Priscilla e Kiko Goifman, venceu nessa categoria e também foi exibido na seção Panorama.

Outro filme com participação do Brasil, "Zentralflughafen THF", documentário exibido no Panorama e que mostra um centro de acolhimento de refugiados instalado no antigo aeroporto de Tempelhof, em Berlim, recebeu o prêmio da Anistia Internacional. O filme, uma co-produção franco-alemã, foi dirigido pelo cearense Karim Ainouz, que em 2014 concorreu na seção principal do Festival com o filme "Praia do Futuro", com Wagner Moura.