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Unicef diz que 175 mil crianças descobrem internet e se expõem diariamente

06/02/2018 18h49

Nova York, 6 fev (EFE).- Diariamente, mais de 175 mil meninas e meninos acessam a internet pela primeira vez e encontram um mundo cheio de oportunidades, mas que pode conter "grave riscos", como o ciberassédio e o abuso sexual, alertou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em relatório divulgado nesta terça-feira.

"Milhares de crianças acessam a internet pela primeira vez todos os dias, ficando expostas a uma avalanche de perigos que estamos começando a perceber agora, mas que ainda estamos longe de tratar. Apesar de governos e o setor privado terem conseguido alguns avanços na eliminação dos riscos mais atrozes da internet, ainda é preciso muito esforço para proteger totalmente as vidas das crianças na rede", disse o diretor de Dados, Investigação e Políticas do Unicef, Laurence Chandy.

A cada meio segundo, uma criança faz o primeiro contato da vida com a internet, e os menores representam um de cada três usuários, conforme o relatório "The State of the World's Children 2017: Children in a digital world Worldwide", sobre a presença de crianças no mundo digital.

O documento destacou que a obrigação de proteger é tarefa "de todos", incluindo governos, famílias e escolas, mas enfatizou o papel do setor privado e da indústria tecnológica. Para o Unicef esses dois grupos não cumpriram de forma "séria" com a responsabilidade.

O Unicef defende que governos e empresas devem criar "regras" que limitem o uso que pode ser feito dos dados obtidos a partir do uso que as crianças fazem da internet, ao mesmo tempo que pede que elas sejam ensinadas sobre como podem se proteger de "ameaças" à sua privacidade. O organismo da ONU sugeriu uma série de medidas: incorporar matérias de tecnologia da informação e comunicação aos currículos escolares, aumentar a capacidade das bibliotecas tradicionais de ensinar habilidades digitais e formar professores no tema.

A entidade também reconheceu que faz falta dados sobre o acesso, as oportunidades e os riscos do uso de crianças na rede, e que são necessários para estabelecer um marco regulador correto.

"À medida que crianças acessam cada vez mais cedo a internet, a necessidade de ter uma discussão séria sobre proteção e rastro digital se torna mais importante", concluiu o texto do Unicef.