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"Newsweek" demite jornalistas que cobriram escândalo da própria companhia

05/02/2018 20h40

Nova York, 5 fev (EFE).- A revista americana "Newsweek" despediu nesta segunda-feira todo alto escalão de sua redação, inclusive o redator-chefe, seu número 2, e outros três jornalistas, que tinham feito a cobertura da investigação judicial contra as contas da companhia, segundo vários veículos de comunicação dos Estados Unidos.

A diretora editorial da "Newsweek", Cristina Silva, reuniu a equipe da revista para informar a demissão do redator-chefe, Bob Roe; do editor-executivo, Ken Li; e dos repórteres Celeste Katz, Josh Saul e Josh O'Keefe, este último jornalista do "International Business Times", um veículo associado ao Newsweek Media Group.

Em seguida, a diretora mandou toda a redação para a casa, à espera de novas ordens, informou o veículo digital "The Daily Beast", que citou vários funcionários.

Cristina assegurou que a informação desse site, que entre 2010 e 2013 pertenceu à mesma companhia da "Newsweek", "não é verdade e tem impressões erradas", mas, pouco tempo depois, apagou o tweet.

Outros veículos de imprensa, como o jornal nova-iorquino "Daily News", também apontaram para a possibilidade de as demissões serem uma resposta à cobertura do suposto escândalo que atinge a "Newsweek".

Há alguns meses, autoridades judiciais do distrito de Manhattan vêm analisando as contas da companhia e, no mês passado, vários agentes fizeram buscas na sede da empresa, de onde levaram mais de uma dezena de servidores de computador, informaram meios locais.

O meio virtual "Buzzfeed News" denunciou na semana passada que a companhia matriz da "Newsweek" e do "International Business Times" esteve envolvida em práticas fraudulentas de tráfego online.

Além disso, o CEO e coproprietário do Newsweek Media Group, Etienne Uzac, e sua esposa, Marion Kim, responsável de finanças da empresa, renunciaram naquela mesma semana.