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Governo queniano restabelece serviço em dois das televisões apagadas

05/02/2018 14h58

Nairóbi, 5 fev (EFE).- O governo do Quênia restabeleceu nesta segunda-feira o serviço de dois dos quatro canais que estão fora do ar desde terça-feira, dia em que o líder da oposição, Raila Odinga, se autoproclamou presidente.

A "KTN News" e a "NTV" já voltaram a funcionar, mas a "Citizen TV" e a "Inooro" continuam com os serviços suspensos. A "KTN News" exibe uma mensagem que voltará às 19h (no horário local), enquanto que a "NTV" exibe uma novela.

Hoje, era o sétimo dia seguido de "apagão midiático", que afetou não só os canais de TV, mas as emissoras de rádio desses grupos, que tiveram as transmissões suspensas pelo governo por cobrir a cerimônia na qual o líder da oposição, Raila Odinga, que não reconhece o resultado das eleições de agosto e outubro de 2017, se autoproclamou "presidente do povo".

Durante a manhã de hoje, Nairóbi foi palco de protestos pacíficos contra o "apagão midiático", mas houve detenções de membros da oposição. O governo mantinha até hoje a suspensão, apesar de o Tribunal Supremo ordenar o restabelecimento das transmissões e dos pedidos de organismos internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU).

Desde a auto posse da terça-feira passada, o governo deteve vários membros da coalizão liderada por Odinga, a Super Aliança Nacional (Nasa, siglas em inglês). Todos eles tinham ido à cerimônia, na qual Odinga se autoproclamou presidente, ignorando as advertências do Ministério Público que poderia configurar crime de traição, com pena de morte (ainda que a última condenação à morte no Quênia tenha sido em 1987).

A Nasa diz que Odinga venceu nas eleições de agosto de 2017 - impugnadas pelo Tribunal Supremo - com resultados alternativos que dão a ele 8,1 milhões de votos, contra os 7,8 milhões que teria obtido o presidente, Uhuru Kenyatta. No entanto, a Nasa boicotou a repetição das eleições, em outubro de 2017, e a abstenção de eleitores fez com que Kenyatta, no cargo desde 2013, vencesse com 98% dos votos e fosse empossado presidente um mês depois.