China encontra restos arqueológicos nas obras da futura "Manhattan de Pequim"
Pequim, 25 jan (EFE).- Restos arqueológicos de distintas épocas, desde o Neolítico até a última dinastia imperial chinesa, foram encontrados nas obras da zona de desenvolvimento de Xiongan, uma área dos arredores de Pequim que a capital quer transformar em um dos principais centros financeiros do país.
Segundo informou nesta quinta-feira a agência oficial "Xinhua", durante 2017 foram documentados 263 achados arqueológicos na área, alguns de até 7.000 anos de antiguidade, além de restos de atividade humana durante as dinastias Ming e Qing (séculos XIV ao XX).
Entre os achados se destaca o de um túnel subterrâneo em uma área que funcionava como fronteira entre diferentes reinos entre os séculos X e XII e que alguns especialistas consideraram uma espécie de "Grande Muralha sob a terra", detalhou a nota oficial.
Também foram encontrados restos de fortalezas, algumas da época na qual a China era governada por imperadores mongóis (1271-1368), bem como antigas peças de cerâmica neolítica ou restos da dinastia Zhou, iniciada no ano 1046 antes de nossa era.
"Os trabalhos podem ajudar na avaliação preliminar sobre a herança cultural de Xiongan e servir como referência ao futuro desenvolvimento urbano geral", declarou o subdiretor do Instituto de Relíquias Culturais da província de Hebei (que rodeia Pequim), Mao Baozhong.
Pequim quer que Xiongan, a cerca de 30 quilômetros de Pequim, se transforme em um bairro de arranha-céus capaz de rivalizar com áreas como o distrito de Pudong em Xangai ou a Zona Econômica Especial de Shenzhen, duas das mais ricas do país.
Megaprojetos anteriores na China não tiveram muito zelo na hora de proteger restos arqueológicos, como ocorreu durante a construção da Hidrelétrica das Três Gargantas, na qual cidades tradicionais, templos e outras relíquias culturais foram inundadas pela gigantesca represa.
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