Irã suspende bloqueio ao Telegram, imposto durante os protestos
Teerã, 14 jan (EFE).- O popular aplicativo de mensagens Telegram voltou a estar acessível neste domingo para os usuários no Irã, após duas semanas bloqueado pelas autoridades por conta dos recentes protestos antigovernamentais.
A população pode já usar o Telegram nos telefones sem empregar redes privadas virtuais (VPN) ou outras ferramentas para evitar o filtro governamental de internet, segundo constatou a Agência Efe.
Por sua parte, a agência oficial "IRNA" informou que as autoridades eliminaram as restrições impostas ao serviço de mensagem no sábado durante a noite.
Esta rede social conta com 40 milhões de usuários no Irã e foi uma das utilizadas para convocar os protestos que explodiram no final de dezembro contra a inflação e a corrupção.
Pelo menos 20 pessoas morreram e mais de mil foram detidas durante essas manifestações, que derivaram em distúrbios e em lemas mais fortes contra o próprio sistema da República Islâmica.
O vice-ministro de Interior para temas políticos, Esmail Yabarzade, disse no último dia 31 de dezembro que o bloqueio era temporário e que era uma medida normal em uma situação de crise.
"Quando há algum conflito, é natural o uso de algumas ferramentas para controlar as concentrações ilegais", justificou.
Quatro dias depois, o ministro de Comunicação, Mohamad Yavad Yahromi, entrou em contato com responsáveis do Telegram para informar-lhes que o serviço de mensagem poderia continuar no país se fossem eliminados os canais de caráter "terrorista".
Com o início das manifestações, o site Amadnews, que publicava informações e imagens dos protestos e foi acusado de incitar à violência, viu seu canal ser bloqueado no Telegram, razão pela qual criou outros dois novos.
Outra rede social muito popular no Irã e usada para mobilizar à população, o Instagram também foi bloqueado temporariamente pelo governo durante os protestos, que se prologaram seis dias.