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Arqueólogo suíço descobre túmulo mais antigo de um príncipe cita

11/01/2018 11h56

Genebra, 11 jan (EFE).- O Fundo Nacional Suíço (FNS) anunciou nesta quinta-feira a descoberta por parte do arqueólogo Gino Caspari do túmulo, completamente preservado, de um príncipe cita no coração de uma região pantanosa na república russa de Tuva.

O achado compreende uma das maiores e mais antigas tumbas do sul da Sibéria pertencente aos citas, que além disso se acredita poderia abrigar tesouros em bom estado de conservação.

Os citas constituíram, desde o primeiro milênio antes de Cristo, um império instalado nas estepes da Eurásia do que se soube graças às suas sepulturas: os "kurgans".

Financiado pelo FNS, Caspari descobriu uma estrutura circular no vale Ujuk através de imagens de satélite de alta resolução.

Uma primeira escavação de teste realizada no verão (hemisfério norte) passado por cientistas da Universidade de Berna, em colaboração com a Academia de Ciências da Rússia e do Museu do Hermitage de São Petersburgo confirmou a sua hipótese.

As vigas de madeira encontradas por Caspari nas escavações de teste datam do século IX a.C., mais antigas que outras túmulos similares descobertos anteriormente que datam dos séculos IX e VIII a.C.

"Estamos diante de uma grande oportunidade", disse Caspari sobre os resultados da escavação preliminar.

"Desde a década de 70 os métodos arqueológicos foram sendo consideravelmente aperfeiçoados. Hoje temos melhores oportunidades para examinar o material e aprender sobre a transição da Idade do Bronze para a Idade do Ferro", explicou Caspari.

O túmulo de Arzan 0 - como é denominado o achado - é inacessível pois se encontra no meio de uma região pantanosa e a cinco horas de carro da cidade mais próxima, o que também o protege dos ladrões de túmulos.

Além disso, o arqueólogo considera que as condições meteorológicas e geográficas da região são ideais para a conservação da túmulo e de seu conteúdo.

"No vale de Ujuk, uma camada permanente de gelo começa alguns poucos metros abaixo da superfície do solo e, além disso, a grossa camada de pedra que protege o túmulo impede que os raios do sol descongelem o solo", explicou Caspari.

"Por isso, se forma uma lente de gelo inclusive abaixo dos túmulos que evita a decomposição da matéria orgânica e preserva os materiais delicados", acrescentou o cientista.

O responsável pelas escavações espera fazer novas descobertas como parte do seu projeto e assegura que, com sorte, pode-se encontrar talhas de madeira, tecidos ou múmias conservadas".