De pianos a micróbios, museus exibem temas curiosos na Holanda
Imane Rachidi.
Haia, 10 jan (EFE).- As atrações culturais da Holanda, além dos habituais Rijksmuseum e Van Gogh, inclui museus menores e muito mais incomuns dedicados a pianos, bactérias, xadrez, à água e até mesmo ao pinball.
"Os micróbios estão em todas partes e são importantes para nossa saúde. A maioria das pessoas pensa em doenças, vírus e bactérias más, mas na realidade devemos muito a eles", disse o microbiólogo Jasper Buikx, do museu Artis Micropia.
A campanha atual do Micropia, localizado em Amsterdã, procura defender que os microrganismos são "indispensáveis" para o amor e, através de um roteiro especial, os visitantes recebem respostas para questões como "por que sentimos borboletas no estômago com o primeiro beijo" ou "o papel do cheiro corporal na escolha do parceiro".
Segundo o museu, mais de 80 milhões de micróbios são trocados em um beijo de dez segundos e "quanto mais, melhor", pois estes microrganismos "treinarão e fortalecerão" o sistema imunológico.
Colocando os pés em marcas posicionadas no chão, os visitantes podem ver em uma tela um reflexo do corpo e os pontos onde estão os micróbios, junto ao seu significado e seus efeitos.
"Muitos dos nossos hormônios são produzidos no intestino. Mais da metade dos nossos hormônios indutores do amor e da excitação, dopamina e serotonina, se produzem ali. Nosso intestino pode determinar perfeitamente por quem nos apaixonamos", acrescentou Buikx em declarações ao jornal holandês "NRC".
O museu Artis Micropia também lembra que as doenças sexualmente transmissíveis, como a aids e a clamídia, se produzem pelo intercâmbio de "micróbios não desejados" durante o contato sexual.
Junto aos micróbios, outro fator importante para o nosso organismo é a água, e por isso a cidade de Utrecht abriga o Waterline, um museu para o elemento que foi amigo e inimigo da Holanda durante séculos.
Houve momentos na história em que a água causou dores de cabeça aos engenheiros holandeses, que tiveram que pensar em como manter equilibrado um território abaixo do nível do mar, ainda que o elemento também tenha servido ao país do norte da Europa para defender suas fronteiras.
O museu acolhe grandes modelos e exibições para oferecer uma visão histórica dos momentos mais complicados para a Holanda, onde a água também foi sua grande arma.
Junto à água estão os museus dedicados à Muralha do Atlântico, o projeto colossal elaborado pelos nazistas para construir uma série de fortificações de cinco mil quilômetros para evitar que os Aliados invadissem o continente europeu durante a Segunda Guerra Mundial.
A exposição mais relevante está situada em um antigo bunker alemão na praia de Scheveningen (Haia), que acolhe mostras dedicadas não só ao inimigo, mostrando objetos das forças nazistas, mas também aos pobres forçados a ajudar na construção da Muralha do Atlântico.
No entanto, os museus mais estranhos da Holanda não são só dedicados à história e à biologia, mas também os que mostram os encantamentos dos passatempos.
O Museu do Pinball, situado em um antigo armazém de Roterdã, permite que seus visitantes observem e toquem os objetos expostos.
Com 70 máquinas de várias épocas desde 1990, este museu permite aos mais curiosos jogar os clássicos como "A Família Addams", mas também ajuda várias gerações a se reencontrar com sua própria infância.
Também há arte para os mais clássicos: o museu dos pianos, um instrumento "símbolo de Estado", como se define este centro cultural em sua página na internet.
Os proprietários deste museu, amantes da música, passaram as últimas décadas recuperando dos depósitos e restaurando dezenas de pianos, que hoje podem reproduzir desde sinfonias clássicas até "Thriller", de Michael Jackson.
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