Carla Bruni completa 50 anos de uma vida camaleônica
Marta Garde.
Paris, 23 dez (EFE).- Modelo de sucesso, cantora, ex-primeira-dama da França e mãe, Carla Bruni-Sarkozy completa 50 anos neste sábado com novos projetos focados em sua carreira musical e uma nova relação com seu corpo, consciente de que algum dia ele já serviu como instrumento de trabalho.
"Quando tinha 20 anos, meu físico me pertencia. Agora já não me pertence", disse recentemente a italiana, que apesar de sua modéstia, demonstrou em setembro, na homenagem das "top models" dos anos 90 a Gianni Versace, que ainda pode monopolizar com orgulho a atenção da mídia.
Ao lado de Claudia Schiffer, Cindy Crawford, Naomi Campbell e Helena Christensen, Carla vivenciou a época dourada das supermodelos e deixou sua imagem em destaque durante uma década nas passarelas, onde estreou aos 19 anos.
Mas a italiana, que ainda afirma fazer pelo menos uma hora de exercícios por dia, estava mais predestinada ao mundo da música que ao da moda, após ter sido criada em um ambiente ao mesmo tempo privilegiado e melômano.
Carla nasceu em Turim em 23 de dezembro de 1967, criada como filha de um rico empresário do ramo da indústria, compositor nas horas vagas, e de uma pianista, que anos depois revelaria em uma autobiografia que seu pai é o filho de um homem que naquela época era seu amante.
Irmã mais nova da atriz Valeria Bruni Tedeschi e de Virginio - cuja morte por Aids levaria a então primeira-dama da França a se tornar embaixadora mundial contra a doença -, sua família se mudou para a França quando Carla tinha cinco anos, fugindo das ameaças das Brigadas Vermelhas.
Após se formar em internatos na Suíça e França e começar a estudar arquitetura, carreira que abandonou, sua beleza e seu olhar felino a levaram a tentar a sorte na moda, onde ainda hoje aparece de forma esporádica como garota-propaganda de prestigiadas marcas.
Naquela época, Carla monopolizava as capas tanto pelo seu corpo como pelas sua vida amorosa. Os músicos Eric Clapton e Mick Jagger, o ator Vincent Perez e o filósofo Jean-Paul Enthoven foram alguns de seus namorados, até que a modelo abandonou este último após se apaixonar justamente por seu filho, Raphaël Enthoven, com quem em 2001 teve seu primeiro filho, Aurélien.
No romance "Rien de grave", publicado em 2004, Justine Levy acusou Carla de ter roubado seu então marido.
Embora como compositora tenha assinado em 1999 o álbum "Se j'étais elle", de Julien Clerc, seu primeiro disco como cantora só foi lançado em 2002, quando sua voz doce, sussurrante e ligeiramente rouca deslumbrou o público com "Quelqu'un m'a dit".
"No promises" (2007), "Comme se de rien n'était" (2008), "Little French Songs" (2013), "À l'Olympia" (2014) e "French Touch", lançado em outubro deste ano, completam sua discografia.
De forma paralela, Carla já tinha passado pela principal guinada em sua vida, a que a levou das passarelas e dos palcos ao Palácio do Eliseu, graças a seu romance e posterior casamento com Nicolás Sarkozy.
As primeiras imagens do casal foram divulgadas em 2007, pouco depois do divórcio de Sarkozy, que tinha, por sua vez, acabado de assumir a Presidência da França.
Carla contou anos depois que para seduzi-lo tentou impressioná-lo ensinando a letra de algumas canções que tinha composto. "Quis mostrar que era poeta. A poeta que ele nunca tinha tido", indicou ao jornal britânico "The Guardian".
Suas aparições no palácio presidencial e nas viagens oficiais fizeram a alegria da imprensa.
"Foi uma honra estar (ali) e, no entanto, um alívio ir embora", apontou em setembro à revista "Vanity Fair" sobre esse período que acabou quando Sarkozy foi derrotado nas eleições presidenciais de 2012 pelo socialista François Hollande.
Embora Bruni tenha incentivado o marido a tentar se reeleger e desde que está com ele se declarou "ultra sarkozista", em várias entrevistas deixou claro que se sente mais confortável longe do poder.
Acostumados a aparecer nas manchetes durante exclusivas férias em Córsega, acompanhados da única filha do casal, Giulia, que nasceu em outubro de 2011, suas duas últimas aparições tiveram um aspecto mais triste.
A homenagem em 8 de dezembro ao cantor Johnny Hallyday, que morreu dois dias antes, e o enterro nesta segunda-feira da mãe de Sarkozy devolveram o casal à esfera pública, o que também serviu a Carla para promover seu novo disco e permite comprovar a solidez de uma relação na qual poucos apostavam.
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