Rian Johnson diz que teve "plena liberdade criativa" para "Os Últimos Jedi"
Los Angeles (EUA), 4 dez (EFE).- Rian Johnson, o diretor e roteirista de "Star Wars: Os Últimos Jedi", o filme mais aguardado do ano, disse à Agência Efe que, apesar das recentes mudanças na equipe de produção da saga, ele não encontrou restrições para levar a história aos cinemas.
"Não só me deram plena liberdade criativa, como me encorajaram a buscar algo pessoal na história e seguir esse caminho", confessou o cineasta de 43 anos, a quem a Lucasfilm deu plenos poderes para a sequência de "O Despertar da Força".
Nos últimos meses, a empresa cortou relações com Phil Lord e Christopher Miller, até então responsáveis por "Han Solo: Uma História Star Wars" (previsto para 24 de maio de 2018), e Colin Trevorrow, que estava encarregado do "Episódio IX" (que será lançado em dezembro de 2019).
"Kathleen Kennedy (presidente da Lucasfilm) sabe que a trilogia original era muito pessoal para (o criador) George Lucas. Essa é a razão pela qual esses filmes têm tanto coração e ainda estão tão vivos. E esses filmes deveriam seguir a mesma linha. Katy é muito consciente que, se estas histórias fossem unicamente construções mecânicas, não teriam alma. A Lucasfilm quer cineastas que indagam e perseguem aquilo que consideram próprio dentro da história", disse.
Em "Star Wars: Os Últimos Jedi", que estreia no dia 14 de dezembro no Brasil, a saga continua com os novos personagens, Rey e Finn (Daisy Ridley e John Boyega) unindo forças com Luke e Leia (Mark Hamill e Carrie Fisher), em uma nova aventura que revelará antigos mistérios.
O filme, que conta com Benicio del Toro e Laura Dern entre as novas contratações do elenco, pode superar a marca de US$ 200 milhões na estreia nos Estados Unidos, segundo portais especializados.
"Estou dormindo bem. Os nervos vão aumentando conforme a estreia se aproxima, mas estou um pouco mais esperançoso que aterrorizado", acrescentou.
Johnson chegou ao projeto após surpreender no cinema independente com duas obras potentes e repletas de personalidade como "A Ponta de um Crime" (2005) e "Looper: Assassinos do Futuro" (2012), mas também deixou sua marca em alguns capítulos da série "Breaking Bad".
Apesar disso, o diretor afirma que seu objetivo em "Os Últimos Jedi" foi "fazer o melhor filme possível", sem prestar atenção aos traços o distinguem como cineasta.
"Não busco nenhum protagonismo. Mas sou eu quem está contando esta história, então, ao mesmo tempo, tem que ser pessoal para mim. Sinceramente, este filme para mim é tão pessoal como qualquer um dos outros que fiz. Significa muito para mim", declarou.
Johnson joga com as cartas que foram embaralhadas por J.J. Abrams, Michael Arndt e Lawrence Kasdan, os roteiristas "O Despertar da Força", sem saber qual será o destino final dos personagens, uma missão que deverá ser concluída pelo próprio Abrams no "Episódio IX", após substituir Trevorrow.
"Nunca houve um plano mestre. Desde o início, a aposta foi por um processo orgânico. J.J. projetou os personagens, eu os desenvolvi e ele fará o final da trilogia. Acho que foi uma maneira maravilhosa de trabalhar. Para mim, foi o ideal não ter simplesmente que conectar os pontos. Acho que assim chegamos a aprofundar pontos mais interessantes", confessou.
Por que Luke permanecia ausente no filme anterior? O que acontecerá com Leia após a morte de Carrie Fisher? Qual o mistério sobre o passado de Rey? Esses são só alguns dos enigmas nas mãos de Johnson.
"Fiquei tanto tempo escrevendo para Mark e Carrie como para Daisy e John. É difícil lidar com 40 anos de admiração por esses heróis em tão pouco tempo, mas esses filmes contam a história de Rey e Finn. Luke e Leia têm o seu próprio arco, mas são principalmente um apoio para eles", indicou.
A Lucasfilm tem tanta confiança em Johnson que recentemente o confiou a criação de uma nova trilogia de filmes, que serão feitos após o "Episódio IX".
"Estamos muito no início dessa tarefa, mas a minha intenção é traçar histórias que sejam relevantes e míticas", disse Johnson, que descarta qualquer tipo de comparação com Lucas.
"Não estou sequer perto dele. O que ele fez com o filme original, em 1977, com essa mistura de gêneros tão perfeitos que conectou o mundo, não pode ser comparado a nada. Quem mais fez algo assim?", concluiu.
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