"Codex Leicester" é cedido por Bill Gates e volta à Itália
Roma, 24 nov (EFE).- O "Codex Leicester", um dos mais famosos manuscritos de Leonardo Da Vinci e propriedade do fundador e presidente da Microsoft, Bill Gates, será exposto na Galeria dos Ofícios, em Florença, mais de 20 anos depois da sua última exibição na Itália.
De acordo com o diretor do museu, Eike Schmidt, uma grande exposição está sendo preparada para outubro de 2018, por ocasião das comemorações dos 500 anos do gênio do Renascimento. O manuscrito no qual Da Vinci deixou alguns dos seus conhecimentos científicos foi adquirido por Gates num leilão na Galeria Christie's, em Nova York, em 1994. Na ocasião ele pagou US$ 30,8 milhões.
Schmidt explicou trabalhava na concessão do livro desde 2015, quando o "Códice Hammer", como também é conhecido, foi exposto no Instituto de Arte de Minneapolis. A última vez em que esta obra foi exibida na Itália foi em 1995, numa mostra no Palazzo Querini Dubois, em Veneza. Já em Florença a última vez em que esteve foi em 1982, numa exposição dedicada ao artista.
O manuscrito, de 72 páginas e com mais de 300 ilustrações, foi elaborado por Da Vinci entre 1506 e 1508, em Florença e Milão, com alguns incrementos em 1510. O livro contém ideias originais e muito avançadas principalmente sobre hidrodinâmica, mas também sobre cosmologia, astronomia, geologia, geografia, paleontologia e mecânica.
Armand Hammer, grande colecionador de arte e magnata americano, tinha adquirido o manuscrito antes, em 1980, num leilão em Londres por US$ 5,6 milhões. Antes de Hammer comprar e dar o seu nome à peça, o texto de Da Vinci se chamava "Codex Leicester", já que em 1717 Thomas Coke, conde de Leicester, o comprou do pintor italiano Giuseppe Ghezzi, que tinha encontrado o material entre os papéis do arquiteto Guglielmo Della Porta, aparentemente primeiro dono dessa obra.
Da Vinci escreveu o "Codex" utilizando um espelho (da direita para a esquerda) para preservar o segredo do conteúdo. Na margem direita estão as ilustrações. Quando morreu, em 1519, a maior parte dos seus textos foi parar com o fiel companheiro e amigo, Francesco Melzi, como o gênio deixou especificado em testamento.
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