Teatro do Cazaquistão exibe ópera "Carmen" em grande produção

Astana, 17 nov (EFE). - A Ópera de Astana foi até à Espanha do século XIX nesta sexta-feira com a adaptação da ópera "Carmen" realizada pelo diretor italiano Lorenzo Amato, que transformou este clássico numa espetacular produção realista.

"É uma grande produção, com muitas mudanças de cenário, roupas incríveis, muita ação e muita gente no palco. Em alguns momentos, são quase 180 pessoas ao mesmo tempo nele", afirmou à Agência Efe Amato, destacando que "Carmen" se tornou "quase um filme" com esta nova criação.

No palco, a meio-soprano cazaque Dina Khamzina encara o papel da protagonista, ao lado de um grande elenco. Com um cuidadoso figurino, eles transportam os espectadores à Sevilla de meados do século XIX, onde a história é ambientada. Nessa grande produção, o público também vê uma significativa quantidade de troca de cenários durante a função, além da presença de vários cavalos no palco.

"A música é fácil de entender, é passional. Consigo me identificar com ela. É tudo o que você acredita ou sonha. É a essência da mentalidade da Europa, é maravilhosa", explicou à Efe Susie Anabith, que é austríaca e aproveitou uma viagem que faz à Astana para assistir ao espetáculo.

Há alguns dias, um cartaz na bilheteria do teatro dizia que os ingressos para a estreia estavam esgotados. Com o interesse cada vez maior em Astana pela ópera, as autoridades se empenharam em levar à capital cazaque artistas internacionais de renome.

"Estou muito contente que as pessoas (no Cazaquistão) estejam respondendo tão bem", reconheceu o diretor italiano.

Escrita pelo compositor francês Georges Bizet, em 1875, "Carmen" é uma das óperas mais encenadas da história, mas o autor não viu o sucesso do próprio trabalho. Encenada pela primeira vez em março de 1875, só em outubro a peça recebeu o devido mérito em Viena (Áustria), mas Bizet morreu em junho.

Na obra, Carmen é uma cigana apaixonada e amante da liberdade, que brinca com o destino. Apesar de ter passado por muitas adaptações, Amato é defensor de que cada produção é diferente, seja pelo figurino ou por quem a interpreta. Desta vez o espetáculo conta com nomes como Sundet Baigozhin, Maira Mukhamedkyzy e o maestro Alan Buribayev.

"O palco da Ópera de Astana está muito atual nos quesitos técnica, luz e objetos de cenário que são necessários para fazer uma boa produção. Este é um lugar de sorte para um diretor", afirmou Amato.

O embaixador espanhol no Cazaquistão, Pedro Sanz, disse estar convicto de que Astana receberá a peça com muita emoção.

"Vai ser uma grande festa, como sempre acontece quando 'Carmen' é representada, uma das óperas mais populares no mundo", afirmou à Efe.