Ícone da literatura russa contemporânea, Vladimir Makanin morre aos 80 anos
O romancista Vladimir Makanin, considerado um mestre da literatura contemporânea da Rússia, morreu nesta quinta (2) aos 80 anos, informaram fontes editoriais.
"Vladimir Makanin morreu em sua casa em Krasni, cidade nos arredores de Rostov do Don. O enterro vai acontecer no cemitério local", afirmou a fonte.
O escritor obteve sucesso logo com seu primeiro romance, "Pryamaya Liniya" ("Linha Reta", em tradução livre do russo) publicado em 1965, mas não chegou a fazer parte da União de Escritores da URSS até 1985, coincidindo com a chegada ao poder de Mikhail Gorbachev.
Durante as décadas seguintes, Makanin escreveu vários livros de contos e alguns romances como "Goluboye i Krasnoye" ("Azul e Vermelho", em tradução livre), "Portret i Vokrug" ("Retrato e Ao Redor", em tradução livre) e "Antilider" ("Antilíder", em tradução livre).
Após a queda da União Soviética, Makanin escreveu "Andergraund, ili Geroy Nashego Vremeni" (Underground, ou o Herói de Nosso Tempo", em tradução livre), considerada a sua melhor obra, e "Asan", publicada em 2008.
"(Makanin) não se parecia com nenhum de seus contemporâneos. Tanto pelo seu estilo como pelos temas que escolhia", disse Olga Aminova, chefe do departamento de literatura moderna da editora Exmo.
Matemático de formação e de profissão, o escritor "unia em sua prosa a frieza de uma mente clara com um coração quente", acrescentou Aminova.
Várias de suas obras foram levadas ao cinema, como é o caso do conto "Kavkazskiy Plennyy" ("O Prisioneiro do Cáucaso", em tradução livre, cujo filme foi lançado internacionalmente em 2008 com o nome "Captive", em inglês) no qual aborda a difícil relação dos russos com a região do Cáucaso e no qual bebeu da tradição iniciada no século XIX por Pushkin, Lermontov e Tolstoy.
Makanin recebeu ao longo da sua carreira diversos prêmios na Rússia, como o Booker, o Pushkin, o Yasnaya Poliana e o Prêmio Estatal da Federação Russa. No exterior, sua distinção mais importante foi o Prêmio Europeu de Literatura em 2012.
Até hoje, nenhuma de suas obras foi traduzida e publicada no Brasil.
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