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Mulheres do mundo da arte pedem fim do silêncio sobre abusos em carta

30/10/2017 17h49

Londres, 30 out (EFE).- Dezenas de artistas, galeristas, curadoras, editoras e outras mulheres que trabalham no mundo da arte alertam em carta publicada pelo jornal britânico "The Guardian" para a necessidade de romper o "silêncio" em torno dos abusos sexuais neste meio.

"Não nos surpreendemos quando uma curadora oferece uma exposição, ou o seu apoio, em troca de favores sexuais", afirma o texto, que denuncia que muitas delas foram "manuseadas, acossadas, infantilizadas, humilhadas e intimidadas por aqueles em posições de poder, que controlam o acesso a recursos e oportunidades".

"Não nos surpreende que uma reunião com um colecionador ou um potencial patrocinador se transforme numa proposta sexual. Não nos surpreende que tomem represálias contra nós quando não nos ajustamos às suas demandas", acrescenta a carta.

As impulsoras do manifesto criaram um site intitulado "Not Surprised" ("Não surpreendidas", em tradução livre), na qual outros integrantes do setor podem aderir à sua mensagem.

"Denunciaremos quem continuar a nos explorar, silenciar e desprezar. As suas ações não continuarão sendo um segredo sussurrado entre nós por medo de semos condenadas ao ostracismo, excluídas profissionalmente ou recriminadas", afirma o texto.

"Nós pedimos às instituições, painéis e demais colegas para que pensem bem como agem ou podem ter desempenhado um papel na perpetuação de diferentes níveis de iniquidade sexual e abuso, e como vão lidar com estes problemas no futuro", ressalta a carta.