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Mais de 200 mulheres acusam cineasta James Toback de assédio sexual

24/10/2017 18h04

Los Angeles (EUA), 24 out (EFE).- Mais de 200 mulheres se somaram às 38 denúncias publicadas no domingo pelo "Los Angeles Times" sobre os assédios sexuais supostamente cometidos pelo cineasta americano James Toback na década de 1980, informou nesta terça-feira o jornal.

Toback, de 72 anos e indicado ao Oscar pelo roteiro de "Bugsy" (1991), supostamente assediou mulheres que tinha contratado, que procuravam trabalho ou que abordou na rua, de acordo com a informação do jornal, que conta com testemunhos de 38 mulheres.

O cineasta enganava as mulheres com o pretexto de ser uma porta de entrada para Hollywood e, em encontros posteriores, que aconteciam em espaços privados, como um quarto de hotel, ou inclusive locais públicos, como um parque, "se masturbava na frente delas, ejaculava em suas próprias calças ou sobre os corpos delas".

Desde a publicação da reportagem, mais de 200 mulheres entraram em contato com o jornal através de e-mails e ligações, denunciando episódios similares com o cineasta.

Entre os testemunhos públicos está o da atriz Julianne Moore, que no Twitter afirmou que Toback usou essas mesmas táticas para tentar se aproveitar dela.

"Se aproximou de mim na Columbus Avenue com o mesmo tipo de linguagem; queria que fizesse uma audição e que fosse ao seu apartamento. Recusei. Um mês depois, fez de novo com a mesma linguagem. Disse-lhe: não se lembra que já fez isso antes?", escreveu a ganhadora do Óscar por "Para Sempre Alice".

Também chamou a atenção o testemunho da apresentadora de TV Natalie Morales, que alegou na mesma rede social ter passado por uma situação similar com Toback em Nova York, "perto do Central Park".

"Para ser honesta, pensei simplesmente que era um asqueroso tentando se aproximar de mim com o recurso mais velho que existe", indicou Natalie ao jornal após detalhar sua experiência no programa "Access Hollywood".

"Tive sorte. Vi rápido o que pretendia", acrescentou a apresentadora.

Procurado pelo "Los Angeles Times" para a reportagem publicada no domingo, Toback negou conhecer as mulheres que o acusam, ou que as encontrou apenas por "cinco minutos", pois não tem "lembranças".

Além disso, o cineasta defendeu que seria "biologicamente impossível" se comportar da maneira que o acusam devido a uma diabete e uma condição coronária que sofre há 22 anos.

Sobre as novas acusações, Toback preferiu manter silêncio.

A Polícia de Los Angeles também recebeu várias denúncias relacionadas a Toback nos últimos dias, indicou a oficial Danetta Menifee.

O agente de Toback, Jeff Berg, deixou de representar seu cliente no último fim de semana, segundo um porta-voz da firma Northside Services.