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Morre aos 100 anos a atriz francesa Danielle Darrieux

19/10/2017 11h36

Paris, 19 out (EFE).- A atriz francesa Danielle Darrieux, que teve uma longa carreira de atuação de quase oito décadas, morreu na última terça-feira aos 100 anos em Bois-le-Roi, no noroeste da França, informou nesta quinta-feira a imprensa do país europeu.

Considerada uma das decanas do cinema francês, Darrieux participou de seu primeiro filme aos 14 anos, "Le Bal" (1931), quando o cinema com som ainda engatinhava, e participou de seu último trabalho aos 93, "Pièce Montée" (2010), de Denys Granier-Deferre, em plena revolução tecnológica.

Nascida em 1º de maio de 1917 em Bordeaux, mas criada por sua mãe viúva em Paris, Darrieux cresceu no ambiente da alta sociedade boêmia da época.

Caracterizada por seu cabelo loiro sedutor e o seu frescor, a atriz interpretou papéis cômicos e dramáticos.

Seu primeiro grande sucesso foi conseguido com apenas 19 anos no drama "Mayerling", de Anatole Litvak (1936).

Nos anos 1930, Darrieux trabalhou em Hollywood e na Broadway e colaborou em vários longas metragens com o cineasta francês Egérie d'Henri Decoin, com quem se casou em 1935 e de quem se divorciou em 1941.

Dentre seus mais de 100 trabalhos, se destacam as atuações em filmes da "Nouvelle Vage" como "A Verdadeira História do Barba Azul" (1962), de Claude Chabrol, e "Duas Garotas Românticas", de Jacques Demy (1967).

Também participou de "Desejos Proibidos", de Max Ophüls (1953), e "Oito Mulheres", de François Ozon (2002).

Fora da França, Darrieux filmou com nomes como os americanos Billy Wilder e Joseph L. Mankiewicz e o espanhol Francisco Rovira Beleta.

Sua conturbada vida amorosa contou com dois casamentos curtos, com Henri Decoin (1935-1941) e com o diplomata dominicano Porfirio Rubirosa (1942-1947).

Sua união mais longeva foi com o diretor de teatro Georges Mitsinkidès, de 1948 a 1991, quando ele faleceu.

Com ele, Darrieux adotou um menino, Mathieu, que morreu aos 40 anos, em 1997.

Nos anos 1990, voltou a conhecer o amor, com um músico 20 anos mais jovem do que ela.

Entre os prêmios que Darrieux recebeu figuram um César Honorário em 1985 e, em 2004, uma das mais altas distinções na França, a Ordem Nacional da Legião de Honra.