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Metrô de Viena presta homenagem a judeus deportados durante o nazismo

19/10/2017 13h49

Viena, 19 out (EFE).- O metrô de Viena, a capital da Áustria, rende a partir desta quinta-feira uma homenagem aos judeus mortos no Holocausto com uma obra da artista alemã Michaela Melian, que ficará exposta de forma permanente na estação central de Schöttering.

A obra intitulada "Herminengasse", em referência a essa rua do bairro vienense de Leopoldstadt, onde vivia uma grande comunidade judaica antes da anexação da Áustria pela Alemanha nazista em 1938.

Na saída do metrô para a rua Herminengasse, dois murais que cobrem as paredes abobadadas representam com linhas cinzentas o trajeto de mais de 800 judeus desse lugar para diferentes campos de extermínio nazistas.

Cada um desses traços cinzentos sobre um fundo branco mostra o destino de uma vida - entre 1938 e 1945 - de Herminengasse até os campos de Dachau, Mauthausen, Auschwitz e Treblinka.

Além disso, na saída onde fica o mural, ressoa constantemente o som dos vagões do metrô, o que simularia os sons dos comboios em que foram deportados os moradores judeus dessa rua.

O dia da inauguração da obra também tem seu significado: em 19 de outubro de 1941, há 76 anos, cerca de mil judeus foram transferidos de Viena para o gueto polonês de Lodz, onde morreram mais de 200 mil pessoas.

A memória das deportações de Herminengasse não se limita à estação de metrô: em frente às casas desta rua há, assim como em toda a cidade, placas metálicas que lembram cada um dos homens e mulheres que foram deportados para um campo de extermínio.

Até 1938, quando aconteceu a anexação da Áustria pela Alemanha nazista, cerca de 200 mil judeus viviam em Viena, 10% da população total da capital.

Cerca de 130 mil conseguiram fugir a tempo dos nazistas, enquanto os restantes acabaram em campos de concentração e de extermínio, onde a maior parte não sobreviveu.