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Catherine Zeta-Jones diz estar orgulhosa de atrizes que denunciaram Weinstein

17/10/2017 11h39

Cannes (França), 17 out (EFE).- A atriz Catherine Zeta-Jones disse estar "surpresa e indignada" com o escândalo de abusos sexuais protagonizado pelo produtor Harvey Weinstein, mas está orgulhosa de todas as mulheres que levantaram a voz para denunciá-lo.

"Esperemos que os dinossauros que durante anos conseguiram escapar já tenham sido extintos. Caso contrário, estamos verdadeiramente presas em um mundo muito triste e muito destrutivo", disse a atriz britânica, durante o MIPCOM, em Cannes, que acontece até quinta-feira.

Vencedora do Oscar de melhor atriz coadjuvante por seu papel em "Chicago", distribuído pela produtora de Weinstein, ela defendeu que parte da resposta reside na maior presença feminina na indústria cinematográfica.

A estrela esteve no principal evento de produtores para apresentar "Cocaine Godmother", filme em que vive a traficante colombiana Griselda Blanco, conhecida como a "Rainha da coca".

"Ela começou do nada e se tornou a mulher mais poderosa e temida do mundo da droga, dominado por homens sem piedade", disse sobre a líder do Cartel de Medellín antes do surgimento de nomes como Pablo Escobar.

No encontro, Catherine fez ainda uma defesa por escrito a favor de as mulheres reivindicarem os próprios sucessos.

"Sempre tentamos ser humilde, dizer 'obrigada, tive sorte'..., mas não. Você é responsável por essa sorte, ainda que tenha quem te ajude. Alguns dizem que eu tive sorte e sim, tive, mas curiosamente, quanto mais trabalho, mais sorte tenho", afirmou.

Casada com Michael Douglas e mãe de dois filhos, a atriz, de 48 anos, não teve medo de dar adeus ao glamour para dar veracidade ao personagem.

"Ganhei peso, mudei a minha linguagem corporal. Tinha que me transformar e queria fazer isso. Ela se achava bonita. Era a estrela do seu próprio filme. Não estava nem aí para o que as pessoas pensavam. Era um personagem fascinante e isso foi muito libertador", disse.

A produção, que tem estreia prevista para 2018, tentou evitar estereótipos para refletir as nuances do complexo sistema das drogas.

"Não queria retratar que os bons são os policiais e a má era a Griselda, porque não é assim. Todo mundo é responsável. É um mundo corrupto", concluiu.