Academia de Hollywood faz reunião para decidir se expulsará Harvey Weinstein
Washington, 14 out (EFE).- A Academia de Hollywood realiza neste sábado uma reunião de emergência para decidir que medidas tomará contra o produtor Harvey Weinstein, envolvido em um enorme escândalo de abusos e assédio sexual e que pode ser expulso do seleto clube cinematográfico.
A entidade pode tomar diversas medidas contra Weinstein, desde suspendê-lo como membro, como fez a Academia Britânica das Artes Cinematográficas e da Televisão (Bafta) na quarta-feira, até retirar o Oscar de melhor filme que o produtor ganhou em 1999 com "Shakespeare Apaixonado".
A alternativa do Oscar parece a menos plausível para os analistas de Hollywood, que afirmam que a expulsão de Weinstein da Academia, onde os artistas são membros vitalícios, ocasionaria um terremoto sem precedentes e representaria a condenação mais firme de Hollywood até agora em relação aos abusos sexuais.
Se for concretizada, a expulsão significará uma importante mudança de rumo na Academia, que durante anos defendeu que as conquistas profissionais estavam separadas dos escândalos e, por isso, rejeitou expulsar o comediante Bill Cosby, acusado de abusos sexuais por cerca de 60 mulheres.
A Academia também não expulsou o cineasta Roman Polanski, acusado de abuso de menores, e nem reprimiu o ator Mel Gibson, quem em 2006, em estado de embriaguez, proferiu duros comentários contra os judeus e em 2010 agrediu a então namorada.
A reunião deste sábado inclui os 54 membros da cúpula da Academia, integrada por Tom Hanks, Whoopi Goldberg e Steven Spielberg, entre outros ícones do cinema. O encontro acontecerá na sede da Academia de Hollywood, um edifício envidraçado da cidade de Beverly Hills, em Los Angeles.
No início de outubro, o jornal "The New York Times" e a revista "The New Yorker" revelaram o histórico de assédios sexuais supostamente cometidos durante décadas por Weinstein, um dos produtores mais conhecidos e poderosos de Hollywood, cofundador dos estúdios Miramax e The Weinstein Company.
Após tomar conhecimento das revelações, a Academia de Hollywood emitiu um comunicado para rejeitar a "repugnante" e "abominável" atitude do produtor.
A lista de atrizes e modelos que sofreram os abusos de Weinstein apenas cresceu nos últimos dias e, entre as vítimas, está a atriz Angelina Jolie, que no final dos anos 90, durante o lançamento de "Corações Apaixonados", recusou investidas do produtor em um hotel.
Nas últimas horas, a atriz Eva Green também disse que teve de escapar do produtor em uma tentativa de abuso, também em um hotel, local aparentemente habitual para os assédios de Weinstein segundo o testemunho das vítimas. A lista de atrizes e modelos que denunciaram abusos de Weinstein já chega a 40 nomes.
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