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Nova legislação ameaça funcionamento do Facebook na Rússia a partir de 2018

26/09/2017 09h38

Moscou, 26 set (EFE).- A Rússia ameaçou nesta terça-feira desligar a rede social Facebook no próximo ano caso a empresa não cumpra com a nova legislação que exige que os fornecedores de conteúdo na internet armazenem os dados pessoais de usuários russos em servidores situados no país.

"A lei é obrigatória para todos. Conseguiremos que seja cumprida ou a companhia encerrará sua atividade na Rússia, como já ocorreu com o Linkedin. Não há exceções", disse aos jornalistas Alexandr Zharov, chefe do Roscomnadzor, órgão encarregado de velar pelo cumprimento das normas no âmbito das comunicações e informação.

A lei de proteção de dados aprovada em julho em 2016 dá um prazo de dois anos para que os fornecedores (redes sociais e serviços de mensagem, entre outros) se adaptem à nova normativa que lhes obriga gravar e armazenar durante seis meses todas as conversas de seus clientes.

A empresa americana, portanto, tem até julho de 2018 para ter servidores em território russo, como o Twitter já anunciou que fará.

"Somos conscientes que o Facebook tem um grande número de usuários na Federação da Rússia, mas por outro lado sabemos que não é um serviço único e que existem outras redes sociais", disse Zharov.

A companhia dirigida por Mark Zuckerberg, proprietária também da rede social Instagram e do serviço de mensagem WhatsApp, informou ao Roscomnadzor que estuda as opções para cumprir com a legislação.

"Não temos planos de inspecionar o Facebook em 2017, mas em 2018 planejaremos sim. Partimos da boa vontade, porque a companhia nos enviou uma carta oficial e até esse momento não vamos fazer inspeções", afirmou Zhárov.

Perguntado a respeito, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse hoje que o Facebook "é uma empresa comercial que ganha dinheiro e que deve fazer isso de acordo com as leis da Federação da Rússia".

Pouco após a aprovação, os grandes operadores de telefonia e fornecedores de conteúdos puseram o grito no céu e advertiram que pôr em prática a normativa, chamada pelos críticos como "a lei do Grande Irmão", custará dezenas de milhões de dólares.