Ministro da Cultura russo exige segurança para exibição de filme polêmico
Moscou, 13 set (EFE).- O ministro da Cultura da Rússia, Vladimir Medinsky, escreveu nesta quarta-feira uma carta ao Ministério do Interior para que garanta a segurança dos cinemas que exibirem o controverso filme "Matilda", que estreará no dia 26 de outubro.
Medinsky enviou uma carta ao titular de Interior, Vladimir Kolokoltsev, "na qual lhe pede que garanta a segurança e corte pela raiz qualquer ação ilegal durante a projeção do filme 'Matilda'", informou a pasta de Cultura em um comunicado.
O ministro da Cultura considera que a polícia está obrigada a impedir com toda firmeza qualquer pressão sobre o Estado e os cinemas por parte dos integristas ortodoxos que recorrem a perigosos métodos para defender suas convicções religiosas.
Depois que as cadeias Cinema Park e Formula Kino, que juntas representam a maior rede de cinemas da Rússia, se negaram a projetar "Matilda" pelas ameaças recebidas, várias salas de exibição se dirigiram às autoridades para que garantam sua segurança durante o tempo que a produção estiver em cartaz.
O ministro de Cultura defendeu hoje pela primeira vez esse filme, que narra a relação pré-matrimonial entre o último czar e uma famosa bailarina, dos ataques e ameaças dos integristas ortodoxos.
"Eu vi o filme. Não vou discutir seu conteúdo. Seria incorreto, enquanto os espectadores não o vejam. Mas constato que não há nada ultrajante nem para a memória de Nicolau II nem para a história da monarquia russa", opinou.
Por outro lado, a deputada Natalia Poklonskaya, crítica ferrenha do filme, insistiu em revisar a decisão de conceder à produção o certificado para sua exibição nos cinemas russos.
Tanta a Igreja Ortodoxa Russa como a Casa Imperial russa consideram uma "blasfêmia" falar com tanta informalidade sobre certos aspectos da vida do último czar - para eles escabrosos -, santificado no ano 2000.
"Matilda" leva esse nome pela bailarina Matilda Kschessinskaya, de origem polonesa e estrela do teatro Marinski de São Petersburgo no final do século XIX, que teve uma curta, mas apaixonada relação com o czar entre 1892 e 1894.
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