Redescoberta na China inscrição milenar que narra vitória da dinastia Han
Xangai (China), 20 ago (EFE).- Uma equipe de arqueólogos chineses redescobriu na parede de uma falésia uma inscrição milenar talhada que revela importantes dados sobre um momento relevante da história da China, quando a dinastia Han venceu os hunos, informou neste domingo o jornal independente "South China Morning Post".
A obra foi criada pelo historiador Ban Gu no ano 89 d.C. nas montanhas Khangai da Mongólia central e se perdeu com o tempo, até que foi redescoberta por uma equipe de arqueólogos da Universidade da Mongólia Genghis Khan e da Universidade da Mongólia Interior da China.
Os investigadores disseram em um comunicado de imprensa que a descoberta poderia trazer nova luz sobre um ponto crítico na história da antiga China, quando a dinastia Han derrotou os hunos nômades.
O chefe da expedição, Chimeddorji, arqueólogo da Universidade da Mongólia Interior, disse que sua equipe conseguiu confirmar a descoberta após fazer uma trabalhosa pesquisa no local.
Os arqueólogas fizeram fotos da inscrição para determinar que significavam os caráteres escritos e os compararam com o texto dos registros históricos e viram que 220 dos 260 caráteres coincidiam.
O avanço poderia ter uma influência significativa nos estudos históricos e geográficos chineses, especialmente no campo das antigas relações sino-mongóis, assinalam os especialistas.
"Em primeiro lugar, confirma a exatidão dos registros históricos da dinastia Han relacionados com o texto de Ban Gu", disse Chimeddorji, acrescentando que agora se pode localizar "a situação exata da antiga montanha de Yanran e os movimentos dos hunos".
A vitória do general Dou Xian, que conseguiu expulsar os hunos da planície mongol, teve uma influência duradoura na história e na cultura chinesas, e terminou com séculos de conflito entre as duas civilizações.
O paradeiro da inscrição de Ban se perdeu com o tempo e, segundo explicou Chimeddorji, uma equipe de pesquisadores mongóis encontrou por acaso o que achavam que era a inscrição de Ban em 1990, mas nos anos seguintes, várias equipes da Mongólia e de todo o mundo tentaram refazer seus passos e não tinham conseguido até agora.
O projeto conjunto foi também o primeiro a envolver falantes nativos de chinês, o que significou que a equipe foi capaz de decifrar e corroborar corretamente o texto.
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