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Chester Bennington, a voz de uma geração

20/07/2017 18h07

Antonio Martín Guirado.

Los Angeles (EUA), 20 jul (EFE).- Chester Bennington, vocalista da banda de rock Linkin Park, foi encontrado morto nesta quinta-feira aos 41 anos em um aparente suicídio, uma voz raivosa e poderosa com a qual toda uma geração se identificou, a amante do nu metal, o estilo que misturava rap e metal no início dos anos 2000.

Sua voz tão particular foi uma das mais imitadas por músicos contemporâneos, mas nenhum deles conseguiu se desenvolver com a mesma comodidade em gêneros diversos como o rock alternativo, o grunge e, inclusive, o pop.

"Literalmente, o talento mais impressionante que vi ao vivo na minha vida. Um vocal animal", disse sobre ele a cantora Rihanna em seu perfil no Instagram.

O Linkin Park é uma das bandas de rock alternativo americanas mais reconhecidas das últimas décadas.

O disco "Hybrid Theory", que inclui canções como "In the End" e "Crawling", foi lançado em 24 de outubro de 2000 e vendeu mais de 10 milhões de unidades apenas nos EUA.

Após aquele álbum antológico vieram "Meteora" (2003), "Minutes to Midnight" (2007), "A Thousand Suns" (2010), "Living Things" (2012), "The Hunting Party" (2014) e "One More Light", o último trabalho do grupo, mais orientado à música eletrônica e ao pop, lançado em 19 de maio deste ano.

O grupo estava em turnê de divulgação deste último trabalho e iniciaria nos próximos dias seus shows na América do Norte. A banda passou pelo Brasil há dois meses e se apresentou no Maximus Festival, ao lado de nomes como Slayer, Ghost e Prophets of Rage, no autódromo de Interlagos em São Paulo.

A banda de rock, que vendeu mais de 70 milhões de discos e ganhou dois prêmios Grammy, se beneficiou no momento certo do auge da emissora "MTV" como referência. "Se seu vídeo passasse ali, era certo que sua música ficaria conhecida", disse o guitarrista Brad Delson em uma entrevista à Agência Efe em 2015.

Além do canal musical, o grupo também fez sucesso nas redes e seus vídeos publicados no YouTube já superam de longe 1 bilhão de visualizações.

O Linkin Park, que contava inclusive com um DJ em sua formação, foi o principal expoente do chamado nu metal, uma espécie de febre musical passageira criada por grupos como Korn, Slipknot e Limp Bizkit.

Além de seu sucesso com o Linkin Park, Bennington formou o seu próprio grupo, Dead by Sunrise, em 2005, e trabalhou frequentemente com a banda Stone Temple Pilots, na qual se encarregou dos vocais entre 2013 e 2015.

Chester também fez muitas aparições no cinema, desde pequenas intervenções ("Adrenalina" e "Adrenalina 2") até papéis mais desenvolvidos, como em "Jogos Mortais: O Final".

Bennington morreu hoje aos 41 anos em um aparente suicídio, segundo informou o site especializado em notícias de celebridades "TMZ", que citou fontes policiais.

Casado duas vezes e com seis filhos, Chester foi encontrado enforcado em uma residência de Palos Verdes Estates, perto de Los Angeles, pouco antes das 9h locais (13h de Brasília).

O cantor teve problemas com drogas e álcool durante anos, e confessou que considerou o suicídio após sofrer abusos por parte de um adulto quando era criança.

O artista tinha uma relação muito próxima com Chris Cornell, o vocalista da banda Soundgarden, que também foi encontrado enforcado em outro provável suicídio em maio deste ano.

Precisamente hoje, Cornell completaria 53 anos, e Chester escreveu para ele uma carta aberta no dia de seu suicídio.

"Sonhei com os Beatles ontem à noite. Acordei com a canção 'Rocky Raccoon' na cabeça e um olhar de preocupação no rosto de minha esposa. Ela me disse que meu amigo tinha falecido. Suas lembranças inundaram a minha mente e chorei. Ainda choro com tristeza e com agradecimento por ter compartilhado alguns momentos muito especiais com você e sua preciosa família", escreveu Bennington.

"Você me inspirou de uma maneira que jamais imaginaria. Seu talento era único e sem igual. Sua voz era alegria e dor, raiva e perdão, amor e angústia, tudo isso em uma pessoa. Rezo para que você encontre a paz em sua nova vida", acrescentou Chester Bennington. EFE

mg/rpr

(foto)
 

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