"Dunkirk" é "envolvente e cheio de suspense", analisa Christopher Nolan
Sara Pérez.
Londres, 19 jul (EFE).- Após a ficção científica de "Interstellar" (2014), o britânico Christopher Nolan muda totalmente de gênero em "Dunkirk", uma história de guerra "envolvente, intensa e cheia de suspense" que narra a retirada de 300 mil soldados dos Aliados durante a Segunda Guerra Mundial.
Foi uma "oportunidade para narrar histórias que ainda não tinham sido contadas no cinema" sobre esse fato histórico, explicou Nolan em entrevista à Agência Efe em Londres. No Brasil, o longa-metragem será lançado no dia 27, na próxima semana.
Em "Dunkirk", Nolan conta de diferentes pontos de vista a chamada "Operação Dínamo", o resgate de soldados belgas, franceses e britânicos cercados pelo exército nazista no final de maio de 1940, feito que foi classificado pelo então primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, como um "milagre".
Para Nolan "não se tratou de uma vitória, nem de uma batalha, mas de uma evacuação", o que, ainda que possa "parecer bastante simples", acabou se tornando algo "muito importante" que faz parte da história "universal".
Em seu décimo filme, no qual utilizou câmeras IMAX e barcos e aviões reais, o diretor e produtor recorreu a um feito que "mudou o mundo" e que o permitiu "falar do sentido da comunidade" entre os soldados e civis que se uniram para poder encarar as adversidades da guerra.
O longa relata os acontecimentos da época com incríveis imagens de três diferentes pontos de vista: terra, mar e ar. Uma filmagem que ofereceu "grandes desafios físicos" para gravar em cada uma das posições, o que levou Nolan à "sensação de ter feito algo novo", já que sempre busca "construir experiências sobre o passado, mas olhar também para novas metas".
Isso é algo que Nolan já demonstrou em trabalhos anteriores, nos quais sempre buscou olhares originais para histórias ou gêneros habituais no cinema.
Surpreendeu com "Amnésia" (2000), um suspense complexo; marcou presença nos filmes de super-heróis com "Batman: O Cavaleiro das Trevas" (2008); e contribuiu com novas perspectivas para a ficção científica com "Interestelar" e "A Origem" (2010).
Agora, o desafio está em nada menos que um dos gêneros mais clássicos por excelência do cinema, o de guerra, que conta com um histórico de grandes filmes como "O Resgate do Soldado Ryan" e "Além da Linha Vermelha", com os quais os críticos já comparam o novo filme de Nolan.
O elenco de "Dunkirk" conta com Mark Rylance, Kenneth Branagh, Tom Hardy e Cillian Murphy, além de Harry Styles, cantor da banda One Direction e que faz sua estreia como ator.
Em entrevista à Efe, alguns deles admitiram que as gravações, tanto na praia como nas embarcações ou aviões, foram experiências duras e custosas para interpretar os papéis.
Rylance, que ganhou o Oscar de melhor ator coadjuvante por "Ponte dos Espiões" no ano passado e que agora interpreta um civil que resgata soldados com seu barco, considerou que a parte mais difícil da gravação foi estar cercado de água, sem poder sair da embarcação.
"Esperar durante horas" o momento para poder gravar "sem saber quando seria possível devido à complexidade deste tipo de cenas foi um dos pontos mais complicados, explicou o ator.
Junto a ele e a nomes consagrados como os de Branagh e Hardy, estão jovens atores como Jack Lowden, no papel de um piloto, e Fionn Whitehead, um dos protagonistas, que interpreta o soldado Tommy e que fez treinamento militar antes de encarar o papel.
Além de ter muitos personagens para um filme que é um dos mais curtos já dirigidos por Nolan, com 107 minutos frente aos 169 de "Interestellar" e aos 152 de "Batman: O Cavaleiro das Trevas", o novo longa tem pouco diálogo.
"Não queria que os personagens explicassem o quão preocupados estavam, mas mostrar as situações físicas e usá-las para que o público tivesse empatia com elas", justificou o diretor.
Na opinião de Whitehead, o filme serviu para ele mesmo descobrir "como as pessoas podem chegar a ser tão vulneráveis quando estão isoladas". Para Rylance, "Dunkirk" é simplesmente um relato de "saber fazer algo lado a lado e de se jogar na vida".
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