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TVs americanas exibem programas para lembrar 20 anos da morte de Versace

14/07/2017 17h37

Ana Mengotti.

Miami, 14 jul (EFE). - Vinte anos depois do assassinato do estilista italiano Gianni Versace na porta da sua mansão em Miami Beach, hoje um luxuoso hotel nos Estados Unidos, o caso ainda tem espaço para dúvidas, apensar de encerrado do ponto de vista jurídico.

Na falta de homenagens ou atos em Miami, a TV é a que está refrescando a memória das pessoas sobre um crime com enorme repercussão no mundo e um indubitável "gancho" do ponto de vista jornalístico e cinematográfico.

O assassino, Andrew Cunanan, levou com ele o motivo que o fez dar dois tiros à queima-roupa em Gianni no dia 15 de julho de 1997. Oito dias depois, enquanto a Polícia estava em plena busca, ele se suicidou na onde estava escondido.

Por causa da data, os grandes canais americanos colocaram no ar programas especiais com testemunhas, investigadores, especialistas em moda e pessoas que conheciam Gianni e Cunanan. O crime também vai ser contado em uma série rodada em parte na Casa Casuarina, a mansão comprada pelo estilista em 1992 e hoje o hotel "The Villa", com Penélope Cruz, Ricky Martin, Edgar Ramírez e Darren Chris como protagonistas. A previsão é de que estreie em 2018.

O venezuelano Edgar Ramírez dará vida a Gianni Versace, que tinha 50 anos e estava no auge da carreira quando Cunanan o matou nas escadas da entrada da casa na Ocean Drive. O americano Darren Criss será Cunanan, a espanhola Penélope Cruz encarnará Donnatella, irmã do estilista e hoje responsável pela marca, e o porto-riquenho Ricky Martin fará Antonio D'Amico, o namorado de Gianni Versace, que nunca escondeu sua homossexualidade.

Há poucos meses, o verdadeiro D'Amico quebrou o silêncio de duas décadas.

"Escutei o tiro. Meu coração disparou. Corri e vi Gianni morto nas escadas cheias de sangue", disse o ex-modelo, com a voz embargada, em uma entrevista ao programa "Dateline", do canal "NBC", em abril.

Em outro programa foram os familiares de Cunanan que falaram. Quando matou o estilista, ele já era um dos dez criminosos mais procurados dos Estados Unidos, com um histórico de quatro assassinatos em diferentes cidades de país.

Não é apenas a razão do crime o fato que ainda permanece desconhecido. Outro dos pontos não explicados é se Cunanan, que era homossexual e tinha 27 anos à época, conhecia Gianni. Em recente entrevista à "ABC" e especial centrado na figura do assassino, algumas testemunhas, como seu ex-colega de quarto, afirmam que os dois tinham se conhecido na Califórnia.

O programa "20/20", da "ABC", por sua vez, levanta a hipótese de que Cunanan buscava notoriedade com os crimes e por isso escolheu alguém como Gianni como vítima.

Carlos Noriega, um dos policiais do caso, relatou que no início chegou a ser cogitado que a máfia era a responsável pelo crime, já que ao lado do corpo foi encontrado um pássaro morto e esse é um sinal dos mafiosos, mas esta linha de investigação não foi adiante.

Depois de oito dias de buscas, a Polícia encontrou Cunanan, que desde o primeiro momento foi o principal suspeito, em um móvel não muito longe de Casa Casuarina, mas já morto.

Fernando Carreira, o caseiro que levou uma polpuda recompensa por levar a Polícia ao esconderijo, tem 91 anos, mas ainda lembra de "tudo" o que aconteceu aquele dia, segundo disse ao canal "Miami Local 10".

Carreira contou que entrou na casa e percebeu que havia alguém dentro, então sacou uma pistola e deu alguns passos. Naquele momento, escutou o som de um disparo. Cunanan tinha se matado com o mesmo com o revolver que usou para matar Gianni Versace.