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Índia ordena que YouTube remova vídeos de nativos das ilhas Andamão

07/07/2017 14h15

Nova Délhi, 7 jul (EFE).- O governo da Índia ordenou nesta sexta-feira ao site YouTube que retire todos os vídeos postados em sua plataforma que atentam contra a dignidade das tribos nativas das ilhas Andamão, na baía de Bengala, e ameaçou tomar medidas legais se isto não for obedecido.

A legislação indiana protege as tribos das ilhas Andamão de interferência "externa", por isso o governo tomou as medidas necessárias contra o YouTube para que este "retire os vídeos ofensivos" e também contra aqueles que os postaram na internet, informou a Comissão Nacional para as Tribos (NCST, sigla em inglês) da Índia em um comunicado.

Um porta-voz da CST, Raghav Chandra, garantiu para a Agência Efe que o governo já entregou ao YouTube a notificação para que retirem os vídeos "por violar várias disposições legais", pois está proibida a entrada em áreas protegidas para fazer fotos e vídeos.

"Também estão violando a tranquilidade dos nativos que vivem nessas áreas, que são realmente as tribos mais vulneráveis e primitivas", explicou Chandra sobre uma medida voltada para "protegê-los".

Se o YouTube não atender suas solicitações, segundo o porta-voz, então as autoridades vão considerar quais serão "os próximos passos" a serem tomados com base em um Código Penal que contempla condenações de até três anos de prisão para quem fizer fotografias e vídeos nessas reservas.

A população nativa das ilhas Andamão chega a 28.077 indivíduos, segundo a NCST, entre eles estão os povos jarawa, onge e os sentineleses.

As ilhas Andamão e Nicobar, situadas a cerca de mil quilômetros do subcontinente indiano, eram pouco visitadas até a época do colonialismo, por isso as tribos puderam manter sua forma de vida intacta.

Na atualidade, a maioria dos nativos andamaneses vive em assentamentos construídos pelo governo indiano e dependem dele para obter comida e brigo, mas ainda há tribos hostis, como os sentineleses, que vivem isoladas e baseiam sua subsistência na caça, no extrativismo e em pequenos cultivos.