Estudo revela que consumo de notícias cresce através de apps de mensagem
Viena, 22 jun (EFE).- O consumo de conteúdos noticiosos através de aplicativos de mensagem como o WhatsApp e o Facebook Messenger está crescendo em grande parte do mundo, mas a confiança nos veículos de imprensa adicional segue baixa, ainda que em nível superior às redes sociais.
Os dados foram revelados no "Digital News Report 2017", apresentado nesta quinta-feira em Viena pelo Instituto Reuters, que entrevistou 70 mil pessoas em 36 países para elaborá-lo.
Cerca de 15% dos entrevistados dizem consumir notícias através do WhatsApp, contra 8% registrados no ano passado, enquanto o Facebook Messenger é usado por 8% dos consultados para se informar.
O consumo de notícias através do WhastApp é especialmente alto na Malásia (51%), Brasil (47%) e Chile (39%). Nos Estados Unidos, apenas 3% usam o aplicativo para ficarem informados.
Um dos motivos da alta, indica o estudo, é a segurança do sistema de encriptação do WhatsApp, sobretudo em países como a Turquia, por exemplo, onde compartilhar notícias "sensíveis" de política pode ser perigoso.
Ao mesmo tempo, o consumo de notícias através de redes sociais como o Facebook, que tinha crescido muito em anos anteriores, parece ter estagnado e até retrocedido em alguns países importantes, como Brasil, França e Espanha.
Apesar da baixa, 66% dos brasileiros seguem se informando por meio das redes sociais - 6 pontos percentuais a menos do que no último relatório. Na Espanha, o índice chega a 58%, e na França, 38%, ambos com queda de dois pontos percentuais em relação a 2016.
Por outro lado, o relatório revela que a confiança das pessoas nos meios de comunicação é baixa, com poucos países nos quais mais da metade da população confia no que vê na imprensa tradicional.
A Finlândia lidera esse índice com 62% de confiança nos veículos convencionais, à frente do Brasil (60%), Portugal (58%) e Espanha (51%). Em 13 dos 36 países analisados, a taxa não chega a 40%, como na Argentina (39%), Estados Unidos, (38%) e França (30).
Além disso, 29% dos entrevistados disse que decide não ler notícias em muitas oportunidades, já que elas têm um "impacto negativo" sobre seu estado de ânimo ou porque eles não confiam no que os veículos de imprensa estão falando.
No entanto, cerca de 40% dos entrevistados em todo o mundo acreditam que os veículos tradicionais distinguem bem fatos e ficção. Nas redes sociais, essa crença cai para 24%.
Quanto aos locais onde se consome a informação, o relatório confirma o avanço dos pequenos dispositivos eletrônicos móveis e smartwatches. Por isso, 46% das pessoas leem notícias na cama, 42% no transporte público e 32% no banheiro.
Por outro lado, apenas 13% dos consultados diz pagar pelas notícias que consome, número que aumenta no México e no Brasil, para 18% e 22%, respectivamente. Nos Estados Unidos, a chegada ao poder de Donald Trump teve um forte impacto de assinantes de jornais digitais, que subiram de 9% para 16% dos entrevistados.
Enquanto os veículos de comunicação tentam aperfeiçoar suas ofertas digitais em smartphones e tablets, um novo dispositivo parece ganhar espaço no mercado: os assistentes pessoais, como a Alexa, da Amazon, e a Siri, da Apple.
Em países como os EUA, Reino Unido e Alemanha, esses equipamentos são comercializados de forma massiva. Cerca de 4% dos norte-americanos, 2% dos britânicos e 1% dos alemães consomem notícias através desses novos alto-falantes.
Apesar do contexto tecnológico, surpreende que o texto, a forma mais clássica de jornalismo, segue sendo a forma preferida de consumir notícias para 71% dos entrevistados. Outros 14% preferem uma combinação de vídeo e texto, e 9% apenas vídeos.
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