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Ator de "House of Cards" afirma que votaria em Underwood antes de Trump

25/05/2017 15h42

Pablo Ramón Ochoa.

Miami (EUA), 25 mai (EFE).- O ator Michael Kelly, da série "House of Cards", afirmou que escolheria "sem duvidar um instante" o maquiavélico presidente de sua série, Frank Underwood, interpretado por Kevin Spacey, antes que Donald Trump como governante dos Estados Unidos.

"Escolheria o presidente Underwood sem duvidar um instante antes que o presidente Trump, inclusive escolheria Kevin Spacey em eleições antes que Donald Trump, isso diz tudo", assegurou em uma entrevista por telefone à Agência Efe o ator que dá vida a Doug Stamper, chefe de gabinete de Underwood na ficção.

A popular produção da Netflix estreia no próximo dia 30 de maio sua quinta temporada e, depois de conviver em seus quatro anteriores com a administração de Barack Obama, esta será a primeira vez que seu equivalente na realidade será o governo de Trump.

Nas temporadas anteriores, Underwood matou antigos aliados, conspirou para chegar à presidência através da renúncia forçada de seu predecessor, urinou no túmulo de seu pai e cuspiu em uma imagem de Jesus.

Além disso, ele e sua esposa Claire (Robin Wright) formam uma união que, depois de muitas infidelidades, se mantém viva pelas aspirações de poder de ambos, algo que chegará à máxima expressão na temporada que estreará em breve e na qual formam uma chapa para se manter na Casa Branca.

Mas, mesmo "com todos seus aspectos negativos", Kelly apoiaria o personagem interpretado por Spacey "porque é mais competente que a administração real".

O ator, que dá vida a um fiel acólito de Underwood dedicado às vontades do presidente, confessou que "talvez" tenha dentro de si "mais Doug Stamper do que jamais imaginou".

"Frank Underwood é um cara eficaz e tenta fazer seu trabalho, o seu governo é operativo", disse o ator de 48 anos indicado ao Emmy em 2015 e 2016 por seu papel em "House of Cards".

Kelly, natural da Filadélfia, ironizou a incapacidade de Trump para, segundo ele, "empregar todas as posições de seu gabinete", algo que pelo menos Underwood "sabe fazer".

A comparação com o governo de Obama era diferente, mas Kelly reconheceu que com a vitória de Trump o tema se tornou a "conversa principal" ao redor de um dos dramas televisivos de maior sucesso da atualidade.

Pessoalmente, Kelly não podia imaginar "nem em um milhão de anos que uma estrela de reality shows" seria presidente e lamentou que os tempos com um dirigente "bom e compassivo" tenham acabado na Casa Branca da vida real.

O final da quarta temporada deixou o manipulador casal, agora unido em uma chapa, a poucas semanas de disputar eleições presidenciais contra o republicano Will Conway.

Na disputa que será resolvida na tela, Kelly também tem claro para quem iria seu voto: "Não acredito que Conway seja estável".

A emocionante corrida presidencial manterá o "tipo de ação" com a qual o público está acostumado, segundo o ator, que afirmou que a série se equivocaria se mudasse os métodos "maquiavélicos" de seus personagens, entre eles o que representa e para quem prevê uma boa trama.

"Doug faz coisas muito loucas e divertidas", disse, reconhecendo que, em algumas ocasiões, ao ler o roteiro pela primeira vez, discute com os roteiristas porque "nem sequer" entende as decisões do personagem, em constante luta para reprimir uma humanidade da qual seu chefe carece.