Topo

Mural de Banksy critica "Brexit" e se torna atração em Dover

Jovem observa mural de Banksy em Dover - REUTERS/Hannah McKay
Jovem observa mural de Banksy em Dover Imagem: REUTERS/Hannah McKay

08/05/2017 10h14

Um mural de Bansky apareceu nesta segunda-feira (8) na fachada de um edifício da cidade inglesa de Dover, na primeira manifestação do misterioso artista britânico sobre a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), o polêmico "Brexit".

Seus representantes confirmaram hoje a autenticidade da obra, que mostra um trabalhador a eliminar com um martelo uma das estrelas douradas da bandeira azul comunitária. 

O mural pode ser visto na fachada do edifício "Castle Amusements" de Dover, próximo ao terminal do ferryboat que une o Reino Unido com a França pelo Canal da Mancha, ao sul de Inglaterra.

As estrelas da União Europeia representam os "ideais de unidade, solidariedade e harmonia entre os povos da Europa". A estrela que o trabalhador destrói na obra de Banksy corresponde ao Reino Unido, cuja primeira-ministra, a conservadora Theresa May, iniciou um complicado processo negociador com seus parceiros comunitários para estabelecer os termos desta separação.

Banksy, comprometido com diferentes causas através de sua arte, tinha permanecido em silêncio desde o referendo sobre o Brexit. A manifestação ocorre em um momento de aumento das tensões entre Londres e Bruxelas.

A questão da saída de Reino Unido também se tornou o tema central das eleições gerais antecipadas convocadas por May para 8 de junho, nas quais parte como grande favorita para se manter à frente do Governo britânico.

A escolha de Dover por Banksy não parece casual. Além de olhar diretamente ao continente europeu, a cidade conecta seus ferrys com a localidade francesa de Calais, onde o artista já pintou um mural em seu campo de refugiados em 2015. Aquela obra mostrava o fundador de Apple, o falecido Steve Jobs, já que seu pai biológico tinha sido um imigrante sírio.

Um ano depois, Bansky voltou a se pronunciar sobre este tema com outro mural na embaixada francesa em Londres, com o qual denunciou o uso de gases lacrimogêneos contra os refugiados do campo de Calais.