Topo

50 Anos de Kurt Cobain, o mito do rock que não "morre"

Kurt Cobain em gravação do MTV Unplugged do grupo Nirvana, em Nova York (18/11/1993) - Getty Images
Kurt Cobain em gravação do MTV Unplugged do grupo Nirvana, em Nova York (18/11/1993)
Imagem: Getty Images

20/02/2017 10h36

Aberdeen, uma pequena cidade litorânea no estado noroeste de Washington (EUA), viu nascer há 50 anos Kurt Cobain, o último grande mito surgido do rock e que mais de duas décadas após sua morte continua despertando fascinação no mundo todo.

Tudo o que rodeia a banda Nirvana e a figura de Kurt Cobain, que nasceu em 20 de fevereiro de 1967 e se suicidou com apenas 27 anos em 5 de abril de 1994, continua sendo notícia entre os fãs de rock e, especialmente, do grunge, um estilo que utilizou a angústia, o tormento e a solidão como desculpa para guitarras ruidosas.

Inclusive foi aberto no eBay um leilão de uma das guitarras de Cobain, um modelo azul da marca Hagstrom, e parte dos lucros obtidos pelo leilão será destinada à caridade.

A discografia do Nirvana é relativamente reduzida (três álbuns de estúdio, "Bleach", "Nevermind" e "In Utero"; e um disco ao vivo, "MTV Unplugged"), mas a morte e popularidade de Cobain favoreceram a edição ao longo do tempo de compilações, reedições e material inédito.

Coincidindo com o 25° aniversário de sua publicação, neste ano foi lançada uma versão de colecionador e remasterizada de "Incesticide" (1992), um álbum de raridades da banda.

No plano audiovisual, o documentário "Cobain: Montage of Heck" (2015) de Brett Morgen, que contou com a aprovação dos herdeiros do músico, surpreendeu recentemente por oferecer um retrato muito familiar, pessoal e humano do autor de "Smells Like Teen Spirit".

No entanto, "Cobain: Montage of Heck" também trouxe controvérsia. Buzz Osborne, líder de outros heróis da cena musical de Seattle como Melvins, atacou o documentário e afirmou que 90% do filme era mentira.

Homenagem e conspiração

As discussões sobre os ícones do rock costumam ser frequentes, especialmente se está em jogo o legado e a imagem de uma figura tão singular como a de Cobain.

Mas o reconhecimento à decisiva influência do Nirvana na música popular não deixam de aparecer. Um dos últimos foi o anúncio da entrada do hino "Smells Like Teen Spirit" ao Hall da Fama do Grammy, junto a canções como "Changes" (David Bowie), "Sign 'Or' "The Times"" (Prince) e "Lady Sings The Blues" (Billie Holiday).

Mais divertida e informal foi a homenagem de Spencer Elden, um nome que não diz absolutamente nada ao grande público se não fosse revelado como o protagonista da icônica capa de "Nevermind" ,na qual um bebê mergulhava em uma piscina à caça de uma nota de um dólar.

Para comemorar 25 deste álbum indispensável, Elden voltou a mergulhar numa piscina em setembro para recriar, já como adulto, essa famosa imagem.

E se a tristeza com a morte prematura de Cobain é uma coisa difícil demais de aguentar, sempre resta a possibilidade de acreditar nas conspirações que, como as de Elvis Presley, asseguram que o cantor continua vivo.

Em setembro do ano passado, teve certa repercussão nas redes sociais uma teoria que assegurava que Cobain continua vivo sob a identidade de um músico peruano chamado Ramiro Saavedra, que em um vídeo interpretava uma versão de "Come As You Are", o que levou o Facebook oficial do Nirvana a desmentir este rumor com uma sarcástica resposta.

"É verdade, Kurt está vivo. Precisava de tempo para aprender a tocar guitarra com sua mão direita (Saavedra é destro enquanto Cobain era canhoto). Encontrar guitarras para canhotos não é fácil. Estamos tão felizes de tê-lo outra vez que o perdoamos por toda a tristeza que tínhamos profundamente em nossos corações", afirmava a mensagem.