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Benicio del Toro completa 50 anos de talento e fúria

19/02/2017 06h03

Antonio Martín Guirado.

Los Angeles (EUA), 19 fev (EFE).- Benicio del Toro já foi ladrão viciado em jogo ("Snatch: Porcos e Diamante"), criminoso de sotaque incompreensível ("Os Suspeitos"), implacável agente da lei ("Traffic")... um camaleão que soube fugir dos estereótipos latinos e que chega, neste domingo dia 19 de fevereiro, aos 50 anos na melhor etapa de sua carreira.

O porto-riquenho estreará no final do ano "Star Wars: Episódio VIII - Os Últimos Jedi" - os detalhes sobre seu papel não foram revelados - e "Soldado", continuação de "Sicario : Terra de Ninguém", o filme de Denis Villeneuve indicado a três Oscar.

Antes, em março, será a vez de "Song to Song", o novo de Terrence Malick, e também deve estar em "The Trap", junto com Al Pacino; tudo isso enquanto roda a reunião definitiva de super-heróis da Marvel em "Vingadores: Guerra Infinita", que estreia em 2018.

Esse acúmulo de projetos é algo incomum em sua carreira, embora Del Toro já falasse sobre a necessidade dos intérpretes de amarrar um projeto atrás do outro em entrevista à Agência Efe em setembro de 2015.

"Se há possibilidade de trabalhar de novo, já sabe como são os atores: temos que nos aplicar. Saber que vou voltar a ficar na frente de uma câmera é bom, porque o ator vive do dia a dia", declarou o ator, que completa 50 anos este domingo.

Essa maior atividade, no entanto, coincidiu com o nascimento de Delilah Genoveva, de cinco anos, fruto de uma efêmera relação com Kimberly Stewart, filha do cantor Rod Stewart.

Esse é um dos poucos detalhes conhecidos da vida pessoal de Benicio Monserrate Rafael Del Toro Sánchez, um artista de olhos sonolentos, voz áspera e feroz explosividade que prefere falar através de seus personagens.

Seu início foi na televisão, graças a papéis em "Miami Vice" e "A Guerra das Drogas" que o levaram com 21 anos a seu primeiro grande desafio, o do inimigo de James Bond em "007 - Permissão para Matar", um dos filmes mais fracos da franquia.

Aquilo não parou Del Toro, que encadeou personagens interessantes em "O Preço da Ambição", "Os Suspeitos", "Os Chefões", "Basquiat" e "Estranha Obsessão", ao lado de Robert De Niro, que lhe abriram a porta para seu primeiro papel protagonista em Hollywood: "Excesso de Bagagem", com Alicia Silverstone.

Depois se seguiram o alucinógeno "Medo e Delírio" (1998), junto com Johnny Depp, assim como "A Sangue Frio" (2000), dirigido pelo roteirista de "Os Suspeitos", seu amigo Christopher McQuarrie.

Carisma, mistério e magnetismo sempre andaram de mãos dadas no vulcânico Del Toro, que sublimou todos esses elementos no policial Javier Rodríguez, papel que lhe rendeu o Oscar de melhor ator coadjuvante por "Traffic". Essa mesma fórmula funcionou novamente em títulos posteriores como "21 Gramas", "Che" e "Sin City".

Nada mal para alguém quem, em sua juventude, teve que esconder as aulas de interpretação que fazia, já que seu pai preferia que estudasse Ciências Empresariais.

Sua mãe, Fausta Genoveva, após sofrer uma doença crônica durante muito tempo, morreu por causa de uma hepatite quando Del Toro tinha apenas 9 anos.

"As interpretações que precisava fazer para conseguir que risse foram minhas primeiras tentativas de atuação", declarou Del Toro, que se mudou com seu pai para a Pensilvânia, nos Estados Unidos, aos 12 anos.

Seguindo o conselho dele, se matriculou em Ciências Empresariais na Universidade da Califórnia em San Diego, mas o sucesso que teve em um curso de arte dramática o fez mudar de ideia.

A decisão estava tomada: Del Toro abandonou os estudos e se matriculou em uma escola de Los Angeles dirigida pela especialista Stella Adler. E ali nascia um dos maiores talentos latinos de Hollywood.