Bipolar, Carrie Fisher nunca culpou fama antecipada por problemas com drogas
Alicia García de Francisco.
Redação Central, 27 dez (EFE).- Carrie Fisher só tinha 20 anos quando estreou em "Star Wars" e o imediato sucesso do filme, unido ao transtorno bipolar que ela já tinha, levou a atriz a se envolver com as drogas, um obstáculo que demorou muitos anos para superar.
Apesar de tudo, Carrie nunca culpou a princesa Leia ou a fama antecipada como motivo que provocaram problemas que a acompanharam durante toda a vida.
"As pessoas querem que eu diga que sinto nojo de interpretar Leia e que isso arruinou minha vida. Se minha vida era tão fácil de arruinar, então merecia ser arruinada", disse em 2015 a atriz em entrevista ao site "The Daily Beast".
Em uma visita à Austrália em 2010 para promover o documentário "Wishful Drinking", baseado em um livro escrito pela atriz e com claro caráter autobiográfico, Carrie afirmou que começou a usar cocaína em 1980, durante a gravação de "O Império Contra-Ataca".
A droga, revelou a atriz, era para manter o ritmo das filmagens. Apesar de dizer não gostar da droga, a dependência fez com que ela precisasse visitar regularmente as clínicas de reabilitação. Carrie chegou até mesmo a sofrer uma overdose.
No livro "Wishful Drinking", Fisher relatou abertamente sobre o consumo de drogas e sua doença. Ainda adolescente, ela foi diagnosticada com um transtorno bipolar, problema que demorou muito tempo para assumir e conseguir entender.
"Você pode reconhecer os sintomas da maioria das doenças. Febre, dor de estômago, frio. Com a depressão maníaca é promiscuidade sexual, despesas excessivas e abusos de substâncias. E isso soava simplesmente como um fantástico fim de semana em Las Vegas para mim", afirmou Carrie no livro.
Durante anos, a atriz não soube se controlar, negava os tratamentos propostos pelos médicos e agia por impulsos. Um deles fez com que ela se casasse com o cantor Paul Simon.
O casamento durou menos de um ano, mas o casal manteve a relação durante o divórcio. Ambos, inclusive, visitaram um bruxo durante uma viagem pela Amazônia, como relatou Peter Ames Carlin em seu livro "Homeward Bound: The Life of Paul Simon".
A relação foi rompida definitivamente na sequência, mas os problemas de Carrie com as drogas e a doença permaneceram durante anos. "Às vezes, você só pode encontrar o paraíso quando retorna lentamente do inferno", escreveu a atriz no livro.
Tornar-se escritora foi a forma com a qual a atriz conseguiu lidar com seus vícios e fantasmas: o peso de ser filha do cantor Eddie Fisher e da atriz Debbie Reynolds, o tremendo sucesso de "Star Wars", os seus problemas mentais e suas relações fracassadas.
O primeiro romance foi "Postcards from the Edge", publicado em 1987, uma história de ficção, mas claramente autobiográfica.
O livro virou o roteiro do filme "Lembranças de Hollywood", também escrito por Carrie, e protagonizado por Meryl Streep e Shirley Mclaine. O trabalho valeu para atriz uma indicação ao Prêmio Bafta, um reconhecimento maior do que sua então principal carreira.
Carrie seguiu seu "tratamento particular" com "Wishful Drinking", "Shockaholic" (2011) e o finalizou com "Diários de Uma Princesa" (2016), no qual voltou a falar de seus problemas.
No entanto, a revelação que mais ganhou espaço na imprensa foi a relação entre a atriz e Harrison Ford (Han Solo) durante três meses nas gravações de "Star Wars: Uma Nova Esperança".
"Se Harrison era incapaz de ver que sentia algo por ele, então não estava tão pronto como eu achava que ele era - como eu sabia que ele era. Eu o quis e ele permitiu", disse a atriz no último livro.
Carrie também reconheceu que não se sentiu bem em ter uma relação com um homem casado, mais velho do que ela e com dois filhos. Por isso, guardou a história para ela por quase 40 anos.
Segredos e vícios de uma atriz instável que, porém, nunca quis culpar a fama antecipada nem a princesa Leia pelos problemas posteriores, como a atriz afirmou ao "US Weekly".
"Sou a princesa Leia, aconteça o que acontecer. Se estivesse tentando conseguir uma boa mesa em um restaurante, não diria que escrevi 'Postcards'. Ou se estou tentando que alguém aceite meu cheque e não tenho documento, não diria: 'Você viu Harry e Sally?' A princesa Leia estará em minha lápide".
Redação Central, 27 dez (EFE).- Carrie Fisher só tinha 20 anos quando estreou em "Star Wars" e o imediato sucesso do filme, unido ao transtorno bipolar que ela já tinha, levou a atriz a se envolver com as drogas, um obstáculo que demorou muitos anos para superar.
Apesar de tudo, Carrie nunca culpou a princesa Leia ou a fama antecipada como motivo que provocaram problemas que a acompanharam durante toda a vida.
"As pessoas querem que eu diga que sinto nojo de interpretar Leia e que isso arruinou minha vida. Se minha vida era tão fácil de arruinar, então merecia ser arruinada", disse em 2015 a atriz em entrevista ao site "The Daily Beast".
Em uma visita à Austrália em 2010 para promover o documentário "Wishful Drinking", baseado em um livro escrito pela atriz e com claro caráter autobiográfico, Carrie afirmou que começou a usar cocaína em 1980, durante a gravação de "O Império Contra-Ataca".
A droga, revelou a atriz, era para manter o ritmo das filmagens. Apesar de dizer não gostar da droga, a dependência fez com que ela precisasse visitar regularmente as clínicas de reabilitação. Carrie chegou até mesmo a sofrer uma overdose.
No livro "Wishful Drinking", Fisher relatou abertamente sobre o consumo de drogas e sua doença. Ainda adolescente, ela foi diagnosticada com um transtorno bipolar, problema que demorou muito tempo para assumir e conseguir entender.
"Você pode reconhecer os sintomas da maioria das doenças. Febre, dor de estômago, frio. Com a depressão maníaca é promiscuidade sexual, despesas excessivas e abusos de substâncias. E isso soava simplesmente como um fantástico fim de semana em Las Vegas para mim", afirmou Carrie no livro.
Durante anos, a atriz não soube se controlar, negava os tratamentos propostos pelos médicos e agia por impulsos. Um deles fez com que ela se casasse com o cantor Paul Simon.
O casamento durou menos de um ano, mas o casal manteve a relação durante o divórcio. Ambos, inclusive, visitaram um bruxo durante uma viagem pela Amazônia, como relatou Peter Ames Carlin em seu livro "Homeward Bound: The Life of Paul Simon".
A relação foi rompida definitivamente na sequência, mas os problemas de Carrie com as drogas e a doença permaneceram durante anos. "Às vezes, você só pode encontrar o paraíso quando retorna lentamente do inferno", escreveu a atriz no livro.
Tornar-se escritora foi a forma com a qual a atriz conseguiu lidar com seus vícios e fantasmas: o peso de ser filha do cantor Eddie Fisher e da atriz Debbie Reynolds, o tremendo sucesso de "Star Wars", os seus problemas mentais e suas relações fracassadas.
O primeiro romance foi "Postcards from the Edge", publicado em 1987, uma história de ficção, mas claramente autobiográfica.
O livro virou o roteiro do filme "Lembranças de Hollywood", também escrito por Carrie, e protagonizado por Meryl Streep e Shirley Mclaine. O trabalho valeu para atriz uma indicação ao Prêmio Bafta, um reconhecimento maior do que sua então principal carreira.
Carrie seguiu seu "tratamento particular" com "Wishful Drinking", "Shockaholic" (2011) e o finalizou com "Diários de Uma Princesa" (2016), no qual voltou a falar de seus problemas.
No entanto, a revelação que mais ganhou espaço na imprensa foi a relação entre a atriz e Harrison Ford (Han Solo) durante três meses nas gravações de "Star Wars: Uma Nova Esperança".
"Se Harrison era incapaz de ver que sentia algo por ele, então não estava tão pronto como eu achava que ele era - como eu sabia que ele era. Eu o quis e ele permitiu", disse a atriz no último livro.
Carrie também reconheceu que não se sentiu bem em ter uma relação com um homem casado, mais velho do que ela e com dois filhos. Por isso, guardou a história para ela por quase 40 anos.
Segredos e vícios de uma atriz instável que, porém, nunca quis culpar a fama antecipada nem a princesa Leia pelos problemas posteriores, como a atriz afirmou ao "US Weekly".
"Sou a princesa Leia, aconteça o que acontecer. Se estivesse tentando conseguir uma boa mesa em um restaurante, não diria que escrevi 'Postcards'. Ou se estou tentando que alguém aceite meu cheque e não tenho documento, não diria: 'Você viu Harry e Sally?' A princesa Leia estará em minha lápide".
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