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Uruguai inaugura primeiro museu dedicado à maconha da América do Sul

Imagem do primeiro museu da maconha na América do Sul, em Montevidéu - Raúl Martínez/Efe
Imagem do primeiro museu da maconha na América do Sul, em Montevidéu Imagem: Raúl Martínez/Efe

De Montevidéu (Uruguai)

09/12/2016 13h59

O Uruguai inaugurou nesta sexta-feira (9) o primeiro Museu da Cannabis da América do Sul, uma iniciativa que procura mostrar ao visitante a história da cannabis e para que conheça a "variedade de uso" dessa planta, segundo explicou à agência Efe o diretor do recinto, Eduardo Blasina.

O Museu da Cannabis de Montevidéu (MCM) está situado em pleno centro da capital uruguaia e conta com uma variedade de artigos, documentos e outros elementos relacionados à planta.

A ideia, segundo comentou Blasina, surgiu após a aprovação da lei de legalização da venda e produção de maconha em dezembro de 2013, durante o governo do ex-presidente José Mujica (2010-2015).

O diretor do museu afirmou que a cannabis "é uma planta que oferece múltiplas facetas", embora tenha opinado que "o discurso se centra em uma só de suas características".

Por causa disso, Blasina indicou que é "bom" que o visitante "conheça que a cannabis está há milhares de anos sendo cultivada" e que "tem uma variedade de uso enorme".

Blasina, que é sócio de uma das empresas adjudicatárias da produção de maconha no país, afirmou que outra finalidade do empreendimento é "mostrar a cannabis dentro de uma lógica de reencontro com a natureza".

"A cannabis tem muitos aspectos fascinantes", afirmou o uruguaio, ao mesmo tempo que explicou a importância que teve dita planta ao longo da história.

Objetos incluídos no primeiro museu da América do Sul dedicado à cannabis - Raúl Martínez Pino/Efe - Raúl Martínez Pino/Efe
Objetos incluídos no primeiro museu da América do Sul dedicado à cannabis
Imagem: Raúl Martínez Pino/Efe


Blasina se referiu à possibilidade de o museu servir para promover um turismo relacionado à cannabis e, por ali, a chegada de visitantes estrangeiros.

"Nós esperamos que sim", afirmou sobre essa possibilidade, ressaltando que se interessa por promover "um Uruguai multicultural, possa vir gente de outras culturas que tenham em comum o cuidado e o amor pela natureza".

O responsável do museu também opinou sobre as dificuldades que atravessou a regulamentação da maconha no Uruguai, onde três anos após ter legalizado sua produção e venda, ainda mantém em espera os que pretendem comprar desta substância de forma legal.

Apesar de a legislação prever que os usuários que tenham um registro oficial possam comprar dez gramas de cannabis por semana com um teto de 40 gramas por mês, as autoridades uruguaias ainda não colocaram em prática esse aspecto da lei.

Bebidas também fazem parte do acervo do museu em Montevidéu - Raúl Martínez/Efe - Raúl Martínez/Efe
Bebidas também fazem parte do acervo do museu em Montevidéu
Imagem: Raúl Martínez/Efe

Soma-se a isso o anúncio feito recentemente pelo presidente do Uruguai Tabaré Vázquez, que afirmou que a maconha não será comercializada antes do final do ano.

Nesse sentido, Blasina disse que é "natural que demore" porque é a "primeira vez que fazemos isso" e que "comercializar em farmácias é muito mais difícil e muito mais complexo".

Mesmo assim, Blasina explicou que as outras duas partes da lei que preveem o autocultivo e a criação de clubes canábicos "estão funcionando muito bem".

"Espero que essas duas partes que já estão funcionando bem, seja como for o processo político uruguaio, não deem marcha à ré", manifestou.

O Museu do Cannabis de Montevidéu se encontra em pleno bairro Palermo, e localizará o país em um "circuito global que inclui Amsterdã, Barcelona e Califórnia", segundo afirma um escrito divulgado pelo museu.

Visitante comparece à abertura do museu do Uruguai, onde a maconha é legalizada - Raúl Martínez/Efe - Raúl Martínez/Efe
Visitante comparece à abertura do museu do Uruguai, onde a maconha é legalizada
Imagem: Raúl Martínez/Efe