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Artista coloca gigante estátua dourada de Netanyahu em Tel Aviv sem permissão

06/12/2016 11h33

Jerusalém, 6 dez (EFE).- Um desconhecido artista israelense provocou nesta terça-feira um rebuliço ao colocar, sem autorização, uma enorme estátua dourada do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, em uma praça de Tel Aviv, no que ele mesmo qualificou de "ato político artístico subversivo".

A estátua, de cerca de mais de dois metros de altura e que estava sobre um pedestal de outros dois metros, apareceu nesta manhã na praça onde foi assassinado em 1995 o primeiro-ministro Yitzhak Rabin por um ultraextremista judeu, com o cenário da Prefeitura de Tel Aviv.

Itay Zalait, o artista, confessou ao jornal "Ha'aretz" que sua intenção era "comprovar se a sociedade israelense é suficientemente madura para aceitar uma estátua como esta" porque, acrescenta, "é algo que pode ocorrer".

"Basicamente o que queria era mostrar a realidade como expressão visual. Há muitas pessoas que recebem a inspiração de um líder forte. As coisas que nos pareciam distantes e irreais mudaram. Há dois anos, ríamos de que (Donald) Trump seria presidente", explica sobre o que pode ser interpretado como uma crítica ao populismo de direitas.

"Portanto, o que fiz pode ser interpretado como uma provocação ou como uma profecia", adverte.

A incomum estátua, foi instalada pelo artista na madrugada de hoje sem permissão da Prefeitura, que antes das 9h local já havia encostado ao pedestal uma ordem de retirada.

Sua cor dourada recalca o predomínio na política israelense de Netanyahu, que bateu o recorde do pai fundador de Israel, David Ben Gurion, como primeiro-ministro que mais anos consecutivos ocupa esse cargo.

"É uma figa (gesto de desprezo com o dedo coração) na cara. Mostra os israelenses que também (a laica e esquerdista) Tel Aviv é parte do regime de Bibi", considerou a ex-vereadora de esquerda Yael Dayan.

A ministra israelense de Cultura, Miri Regev, reivindicou as garantias e liberdades em seu país, mas afirmou em sua conta no Twitter que o mundo da arte israelense "está desligado" da realidade.