Através da música clássica, crianças mudam o tom do maior bairro de Bangcoc
Noel Caballero.
Bangcoc, 28 nov (EFE).- Por meio de uma porta de madeira desgastada e entreaberta em uma escola no maior bairro de Bangcoc escapam, perfeitamente interpretadas no violino, as notas das sinfonias compostas pelo alemão Ludwig van Beethoven.
Alguns alunos são pequenos e não medem nem um metro de altura e vários deles ainda têm dentes de leite, mas sabem ler as partituras e tocar os instrumentos como se fossem profissionais.
A Immanuel Music School fica no bairro de Klong Toey onde moram, aproximadamente, 100 mil pessoas. A instituição abriu suas portas no início do ano 2000 por iniciativa da missionária norueguesa na Tailândia Solveig Johannessen. Desde então, cerca de cem crianças e jovens, com idades entre três e 20 anos, aderem a essa iniciativa todos os anos.
Um dos primeiros alunos, há três anos Warin Artvilai, de 24, voltou às salas de aula, mas desta vez com a intenção de lapidar novos talentos.
"As pessoas pensam que a música clássica é para ricos e pessoas com status social, mas eu digo aos meus alunos: não temos o poder de escolher de onde viemos, mas podemos decidir para onde vamos", disse Warin, o único professor em tempo integral da escola.
Formado em música pela Universidade Mahidol, ele cresceu em Klong Toey e lembra que se apaixonou pelo violino quando o viu pela primeira vez. Além de tocar vários instrumentos, o jovem professor, que já trabalhou na Orquestra Filarmônica da Tailândia, também canta e dirige a orquestra jovem, que conta com 20 componentes.
Um dos pequenos, mas talentosos músicos, é Fon, que guarda a bola em um canto da sala antes de ajeitar o violino ao pescoço e afinar as cordas para começar a aula.
"Venho aqui todos os dias para praticar e tocar. A música clássica é linda", conta o menino de apenas nove anos.
Ao seu lado, muito esperta e sorridente, está Ploy, da mesma idade e que diz "se divertir aprendendo e tocando nos concertos".
"Eu toco três instrumentos, mas o meu favorito é o violoncelo. Quando crescer quero ser musicista e me apresentar na França", revelou a menina, com grande desenvoltura.
A escola, bancada exclusivamente por doações e que mantém aberto um financiamento coletivo até o final deste mês, é totalmente gratuita e ajuda os alunos mais aplicados a conseguirem bolsas de estudo para completar a formação.
"O objetivo principal é mostrar às crianças que a música pode ser um trabalho e ajudá-las a esquecer dos problemas derivados do lugar onde vivem", defendeu Warin, que praticamente não para e dá aulas seis vezes por semana.
O professor tenta intercalar o ensino da música clássica contando histórias sobre as razões que levaram compositores como Beethoven, Bach e o recém-falecido rei da Tailândia, Bhumibol Adulyadej, a escreverem as canções.
"É isso que quero passar para eles. Seria incrível poder levá-los um dia à Europa", confessou o esperançoso professor, que já tocou em auditórios de Londres.
Pelo menos duas vezes por ano, a Orquestra Immanuel se apresenta na capital tailandesa, e de vez em quando toca em igrejas.
"Apesar de não termos muito dinheiro, temos conhecimento. Conhecimento é poder e abre as portas para as oportunidades. Através do conhecimento, todos somos iguais", concluiu o violinista.
Bangcoc, 28 nov (EFE).- Por meio de uma porta de madeira desgastada e entreaberta em uma escola no maior bairro de Bangcoc escapam, perfeitamente interpretadas no violino, as notas das sinfonias compostas pelo alemão Ludwig van Beethoven.
Alguns alunos são pequenos e não medem nem um metro de altura e vários deles ainda têm dentes de leite, mas sabem ler as partituras e tocar os instrumentos como se fossem profissionais.
A Immanuel Music School fica no bairro de Klong Toey onde moram, aproximadamente, 100 mil pessoas. A instituição abriu suas portas no início do ano 2000 por iniciativa da missionária norueguesa na Tailândia Solveig Johannessen. Desde então, cerca de cem crianças e jovens, com idades entre três e 20 anos, aderem a essa iniciativa todos os anos.
Um dos primeiros alunos, há três anos Warin Artvilai, de 24, voltou às salas de aula, mas desta vez com a intenção de lapidar novos talentos.
"As pessoas pensam que a música clássica é para ricos e pessoas com status social, mas eu digo aos meus alunos: não temos o poder de escolher de onde viemos, mas podemos decidir para onde vamos", disse Warin, o único professor em tempo integral da escola.
Formado em música pela Universidade Mahidol, ele cresceu em Klong Toey e lembra que se apaixonou pelo violino quando o viu pela primeira vez. Além de tocar vários instrumentos, o jovem professor, que já trabalhou na Orquestra Filarmônica da Tailândia, também canta e dirige a orquestra jovem, que conta com 20 componentes.
Um dos pequenos, mas talentosos músicos, é Fon, que guarda a bola em um canto da sala antes de ajeitar o violino ao pescoço e afinar as cordas para começar a aula.
"Venho aqui todos os dias para praticar e tocar. A música clássica é linda", conta o menino de apenas nove anos.
Ao seu lado, muito esperta e sorridente, está Ploy, da mesma idade e que diz "se divertir aprendendo e tocando nos concertos".
"Eu toco três instrumentos, mas o meu favorito é o violoncelo. Quando crescer quero ser musicista e me apresentar na França", revelou a menina, com grande desenvoltura.
A escola, bancada exclusivamente por doações e que mantém aberto um financiamento coletivo até o final deste mês, é totalmente gratuita e ajuda os alunos mais aplicados a conseguirem bolsas de estudo para completar a formação.
"O objetivo principal é mostrar às crianças que a música pode ser um trabalho e ajudá-las a esquecer dos problemas derivados do lugar onde vivem", defendeu Warin, que praticamente não para e dá aulas seis vezes por semana.
O professor tenta intercalar o ensino da música clássica contando histórias sobre as razões que levaram compositores como Beethoven, Bach e o recém-falecido rei da Tailândia, Bhumibol Adulyadej, a escreverem as canções.
"É isso que quero passar para eles. Seria incrível poder levá-los um dia à Europa", confessou o esperançoso professor, que já tocou em auditórios de Londres.
Pelo menos duas vezes por ano, a Orquestra Immanuel se apresenta na capital tailandesa, e de vez em quando toca em igrejas.
"Apesar de não termos muito dinheiro, temos conhecimento. Conhecimento é poder e abre as portas para as oportunidades. Através do conhecimento, todos somos iguais", concluiu o violinista.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.