Exposição em Paris conta história e evolução dos balneários na Europa
Luis De Jesus.
Paris, 30 out (EFE).- As histórias das cidades-balneário europeias, desde suas origens no século XVIII no Reino Unido até hoje, são exibidas na exposição "Tous à la plage", no Palais de Chaillot, em Paris, até o próximo dia 12 de fevereiro de 2017.
Em meados do século XVII, para uma grande parte da classe aristocrática europeia, acostumada a viver nas cidades longe do mar, a praia era um destino de luxo para onde só se viajava quando os médicos aconselhavam.
Mais de 400 obras, documentos, mapas, maquetes e fotografias mostram ao público exatamente isso. Uma compilação que descobre a criação do termo balneário em 1730, no litoral britânico, e mostra sua evolução até os dias atuais.
Filmes como "Ladrão de Casaca" (1955), de Alfred Hitchcock, fotos do famoso fotógrafo da revista "Glamour" Lionel Kaza, e pinturas de James Webb e Georges Earl, todas com um olhar sobre o mar como objetivo comum - nutrem a paisagem que dá tema à exposição.
Que as praias como conhecemos hoje são completamente diferentes do passado não é "uma coisa evidente", afirmou à Agência Efe a curadora da exposição e diretora do museu, Corinne Bélier.
"No início, não costumávamos entrar na água, era uma prática, sobretudo, médica. Ir ao balneário era uma prescrição médica para deixar de lado a ansiedade da cidade", explicou Corinne.
"Os médicos tinham descoberto as virtudes curativas da água do mar para certas doenças e para melhorar a saúde em geral, mas a prescrição médica não demorou muito em se transformar em centenas de possibilidades recreativas e de lucro nos balneários", continuou.
As elites urbanas europeias, enriquecidas pelo comércio e pelo avanço industrial, tiveram como pretexto a poluição das grandes cidades e fizeram as malas em direção ao litoral.
"O balneário acaba se relacionando muito rápido com o prazer, a brincadeira, a música, os passeios e o cassino. O local, então, aspira a construir verdadeiras cidades", explicou a curadora da mostra.
Os costumes praianos dos britânicos se propagaram rapidamente durante o século XIX - período de ouro dos balneários - ao longo do litoral do canal da Mancha e do Mar do Norte.
Nesta época, grandes cidades despontaram como destino, como Barcelona (Espanha), Marina di Massa (Itália), Ostende (Bélgica) e Mohammedia (Marrocos).
Uma transição que, com a chegada da industrialização acompanhada da globalização, trouxe também a construção de enormes arranha-céus, hotéis exclusivos e piscinas de água doce perto do mar.
Quase 300 anos depois do surgimento, a evolução dos balneários continua. Assim mostram na exposição artistas e arquitetos como o belga Vicent Callebaut, que imagina o futuro como uma ilha flutuante autossuficiente no meio do mar.
Paris, 30 out (EFE).- As histórias das cidades-balneário europeias, desde suas origens no século XVIII no Reino Unido até hoje, são exibidas na exposição "Tous à la plage", no Palais de Chaillot, em Paris, até o próximo dia 12 de fevereiro de 2017.
Em meados do século XVII, para uma grande parte da classe aristocrática europeia, acostumada a viver nas cidades longe do mar, a praia era um destino de luxo para onde só se viajava quando os médicos aconselhavam.
Mais de 400 obras, documentos, mapas, maquetes e fotografias mostram ao público exatamente isso. Uma compilação que descobre a criação do termo balneário em 1730, no litoral britânico, e mostra sua evolução até os dias atuais.
Filmes como "Ladrão de Casaca" (1955), de Alfred Hitchcock, fotos do famoso fotógrafo da revista "Glamour" Lionel Kaza, e pinturas de James Webb e Georges Earl, todas com um olhar sobre o mar como objetivo comum - nutrem a paisagem que dá tema à exposição.
Que as praias como conhecemos hoje são completamente diferentes do passado não é "uma coisa evidente", afirmou à Agência Efe a curadora da exposição e diretora do museu, Corinne Bélier.
"No início, não costumávamos entrar na água, era uma prática, sobretudo, médica. Ir ao balneário era uma prescrição médica para deixar de lado a ansiedade da cidade", explicou Corinne.
"Os médicos tinham descoberto as virtudes curativas da água do mar para certas doenças e para melhorar a saúde em geral, mas a prescrição médica não demorou muito em se transformar em centenas de possibilidades recreativas e de lucro nos balneários", continuou.
As elites urbanas europeias, enriquecidas pelo comércio e pelo avanço industrial, tiveram como pretexto a poluição das grandes cidades e fizeram as malas em direção ao litoral.
"O balneário acaba se relacionando muito rápido com o prazer, a brincadeira, a música, os passeios e o cassino. O local, então, aspira a construir verdadeiras cidades", explicou a curadora da mostra.
Os costumes praianos dos britânicos se propagaram rapidamente durante o século XIX - período de ouro dos balneários - ao longo do litoral do canal da Mancha e do Mar do Norte.
Nesta época, grandes cidades despontaram como destino, como Barcelona (Espanha), Marina di Massa (Itália), Ostende (Bélgica) e Mohammedia (Marrocos).
Uma transição que, com a chegada da industrialização acompanhada da globalização, trouxe também a construção de enormes arranha-céus, hotéis exclusivos e piscinas de água doce perto do mar.
Quase 300 anos depois do surgimento, a evolução dos balneários continua. Assim mostram na exposição artistas e arquitetos como o belga Vicent Callebaut, que imagina o futuro como uma ilha flutuante autossuficiente no meio do mar.
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