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"Westworld", a aposta da "HBO" para substituir "Game of Thrones"

02/10/2016 10h11

Antonio Martín Guirado.

Los Angeles (EUA), 2 out (EFE).- A emissora "HBO", consciente da data de validade de "Game of Thrones", uma vez que só lhe restam duas temporadas, estreia neste domingo "Westworld", uma nova, arriscada e espetacular aposta para substituir sua principal série.

Descrita pela emissora como "uma obscura odisseia sobre os alvores da consciência artificial e a evolução do pecado", a história de "Westworld" conta como engenheiros criaram um parque de diversões com o aspecto do Velho Oeste onde cada anseio humano, seja nobre ou depravado, pode ser saciado.

A ação se desenvolve em uma sociedade futurista onde os humanos buscam entretenimento em um mundo sensual, violento e repleto de androides com os quais satisfazer qualquer de seus objetivos, até que esses robôs começam a perceber que estão vivendo em um mundo imposto e iniciam uma revolução.

O formato, criado por Jonathan Nolan (irmão de Christopher Nolan), Lisa Joy ("Pushing Daisies") e com J.J. Abrams como produtor executivo, se inspira no filme homônimo de 1973 escrito e dirigido pelo célebre autor de ficção científica Michael Crichton, que morreu em 2008.

"Há tantos filmes, séries e livros sobre a inteligência artificial, a ameaça da tecnologia... mas, por alguma razão, 'Westworld' nunca deixou de me fascinar", admitiu Abrams durante a apresentação da série no Teatro Chinês de Hollywood.

Abrams falou com Crichton duas décadas atrás sobre a possibilidade de rodar uma nova versão de seu filme, e finalmente convenceu Nolan (roteirista de "Batman: O Cavaleiro das Trevas" e "Interestelar") e Joy para iniciar o projeto.

Agora, essas intenções se veem materializadas com um elenco liderado por Anthony Hopkins, Ed Harris, Evan Rachel Wood, James Marsden, Thandie Newton, Jeffrey Wright e o brasileiro Rodrigo Santoro, entre outros.

"Queríamos propor esta pergunta: se pudesse se colocar totalmente em uma fantasia na qual pudesse fazer qualquer coisa, descobriria coisas sobre si mesmo que não saberia?", disse Nolan à imprensa.

"O desafio era explorar o que significa ser humano através dos olhos dos que não são", acrescentou Joy, esposa de Nolan, a quem lhe interessava especialmente modelar a obsessão de nossa sociedade pela violência e o sexo.

O primeiro episódio, intitulado "The Original", ao qual a Agência Efe teve acesso antes da estreia, desenvolve uma trama arrevesada e enigmática com elementos que lembram as séries "Deadwood" - outro produto da "HBO" - e "Black Mirror", assim como filmes como "A.I. - Inteligência Artificial" e "Feitiço do Tempo".

"Se 'Interestelar' foi, para mim, uma carta de amor ao espírito humano, esta primeira temporada é justamente o contrário", explicou Nolan muito acertadamente.

Casey Bloys, chefe de programação da "HBO", reconheceu os problemas que sofreu a série durante a filmagem, com constantes atrasos na produção que obrigaram a adiar sua estreia durante meses.

Mas, por outro lado, não deixou nenhuma dúvida sobre a confiança da emissora na série, pensada para ser a grande substituta de "Game of Thrones" apesar de não terem muitos pontos em comum, além do fato de consumir um enorme orçamento e da trilha sonora de Ramin Djawadi.

"Acredito que é uma experiência visual cinematográfica quanto ao tamanho e a dificuldade da produção; é uma história genial e muito divertida que, ao mesmo tempo, lança grandes dilemas sobre a humanidade", comentou Bloys.

"Essa combinação sempre funcionou", acrescentou, esperançoso com a possibilidade de voltar a acertar em cheio com um produto que atraia, semana após semana, mais de oito milhões de espectadores como "Game of Thrones".

A série, que conta com dez episódios em sua primeira temporada, estreia neste domingo na "HBO" também no Brasil.