História dos golens é revivida no Museu Judeu de Berlim
Rodrigo Zuleta.
Berlim, 22 set (EFE).- O golem, um dos mitos mais famosos do misticismo judaico que inspirou artistas e escritores de várias épocas, revive a partir desta quinta-feira em uma exposição do Museu Judeu de Berlim que revive sua história, desde suas origens bíblicas até os mundos virtuais de hoje, passando pelos filmes de Paul Wegener.
Segundo o diretor do Museu Judeu, Peter Schäfer, durante a entrevista coletiva de apresentação, o mito aparece apenas uma vez na Bíblia, quando Adão diz a Deus que ele reconheceu seu "golem" nas entranhas da terra.
Com o tempo, no misticismo judeu, surgiu a ideia de que se o homem conseguisse encontrar a palavra que Deus pronunciou para criar Adão também poderia criar vida a partir do barro.
O artista californiano Joshua Abarbanel, em uma escultura que está na exposição, fez um boneco enorme a partir de letras hebraicas. O boneco tem pendurado no pescoço a letra aleph (a primeira do alfabeto hebraico).
O Talmude fala sobre o tema com ironia crítica e diz que a tentativa de imitar Deus por parte dos homens é um ato de soberba e conta a história de dois rabinos que ao tentar criar um golem criaram um bezerro, que finalmente comeram.
Na Idade Média começam a surgir histórias de tentativas de criar um golem como exercício espiritual. Uma vez criado, o processo era revertido e o golem voltava ao barro de onde tinha saído.
Mais tarde começaram a surgir histórias nas quais o golem ficava vivo, o que às vezes era tido como algo promissor e às vezes como ameaçador. O golem podia se voltar contra seu criador.
A lenda atribui ao rabino Juda Löw a criação de um ou vários golens no século XVI.
No século XIX, em artigo publicado em 1808, Jakob Grimm contou a história do golem o que gerou um grande interesse por parte dos românticos alemães.
A partir desse momento o mito ultrapassou o âmbito do Judaísmo e invadiu toda a cultura ocidental. Em 1915 é publicado o romance "O Golem" de Gustav Meyrink e Paul Wegener faz o primeiro de uma série de filmes sobre o tema.
A exposição não só mostra a relação da arte com o tema do golem, mas também temas relacionados com a ciência, desde a clonagem até a inteligência artificial e a robótica.
Revive-se o caráter ambivalente do golem, como bênção e ameaça ao mesmo tempo. "O golem é sempre atual", disse a curadora da exposição, Martina Lüdicke, destacando que "nele está a dialética do bem e do mal, do benéfico e do ameaçador".
"Os artistas costumam saber dessa ambivalência e dessa dialética, que costuma escapar da vista dos políticos, que não veem com frequência que tudo o que fazem também tem seu lado perigoso", disse Martina.
Berlim, 22 set (EFE).- O golem, um dos mitos mais famosos do misticismo judaico que inspirou artistas e escritores de várias épocas, revive a partir desta quinta-feira em uma exposição do Museu Judeu de Berlim que revive sua história, desde suas origens bíblicas até os mundos virtuais de hoje, passando pelos filmes de Paul Wegener.
Segundo o diretor do Museu Judeu, Peter Schäfer, durante a entrevista coletiva de apresentação, o mito aparece apenas uma vez na Bíblia, quando Adão diz a Deus que ele reconheceu seu "golem" nas entranhas da terra.
Com o tempo, no misticismo judeu, surgiu a ideia de que se o homem conseguisse encontrar a palavra que Deus pronunciou para criar Adão também poderia criar vida a partir do barro.
O artista californiano Joshua Abarbanel, em uma escultura que está na exposição, fez um boneco enorme a partir de letras hebraicas. O boneco tem pendurado no pescoço a letra aleph (a primeira do alfabeto hebraico).
O Talmude fala sobre o tema com ironia crítica e diz que a tentativa de imitar Deus por parte dos homens é um ato de soberba e conta a história de dois rabinos que ao tentar criar um golem criaram um bezerro, que finalmente comeram.
Na Idade Média começam a surgir histórias de tentativas de criar um golem como exercício espiritual. Uma vez criado, o processo era revertido e o golem voltava ao barro de onde tinha saído.
Mais tarde começaram a surgir histórias nas quais o golem ficava vivo, o que às vezes era tido como algo promissor e às vezes como ameaçador. O golem podia se voltar contra seu criador.
A lenda atribui ao rabino Juda Löw a criação de um ou vários golens no século XVI.
No século XIX, em artigo publicado em 1808, Jakob Grimm contou a história do golem o que gerou um grande interesse por parte dos românticos alemães.
A partir desse momento o mito ultrapassou o âmbito do Judaísmo e invadiu toda a cultura ocidental. Em 1915 é publicado o romance "O Golem" de Gustav Meyrink e Paul Wegener faz o primeiro de uma série de filmes sobre o tema.
A exposição não só mostra a relação da arte com o tema do golem, mas também temas relacionados com a ciência, desde a clonagem até a inteligência artificial e a robótica.
Revive-se o caráter ambivalente do golem, como bênção e ameaça ao mesmo tempo. "O golem é sempre atual", disse a curadora da exposição, Martina Lüdicke, destacando que "nele está a dialética do bem e do mal, do benéfico e do ameaçador".
"Os artistas costumam saber dessa ambivalência e dessa dialética, que costuma escapar da vista dos políticos, que não veem com frequência que tudo o que fazem também tem seu lado perigoso", disse Martina.
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