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Japoneses e peruanos retomam escavações em centro arqueológico de Kotosh

18/08/2016 15h19

Lima, 18 ago (EFE).- Um grupo de arqueólogos japoneses e peruanos retomou as escavações no complexo arqueológico de Kotosh, situado nos Andes do Peru, após várias décadas sem realizar novas explorações no lugar, anunciou nesta quinta-feira o governo Regional de Huánuco em comunicado.

A equipe é encabeçada pelo arqueólogo peruano César Sara e pelos japoneses Elisei Tsurumi, da Universidade de Tóquio, e Yoshio Onuki, membro do grupo japonês do pesquisador Seichi Izumi, que realizou escavações em Kotosh durante os anos 60.

César explicou que os trabalhos de escavação foram feitos na área de reserva do complexo arqueológico e irão terminar em setembro, quando os arqueólogos voltem a enterrar os destroços descobertos para garantir sua conservação até que se tenha um projeto de recuperação da região. O especialista afirmou que a investigação está na etapa de campo e acrescentou que posteriormente processarão toda a informação recuperada da escavação para enviar um relatório ao Ministério de Cultura.

O diretor regional de Cultura de Huánuco, Carlos Lucio Ortega y Obregón, indicou que as explorações em Kotosh têm o apoio do governo japonês. Obregón lembrou que existe um projeto chamado "Recuperação da zona Arqueológica Monumental de Kotosh, Setor VI" que se encontra em nível de expediente, e que contempla a escavação de 25 mil metros quadrados.

O governador regional de Huánuco, Rubén Alva, manifestou sua disposição em facilitar a aprovação desse projeto e fornecer apoio logístico.

O complexo arqueológico de Kotosh, descoberto em 1930, a cerca de 4 quilômetros da cidade de Huánuco, capital da região homônima, foi construído por volta do ano 1.800 a.C. e é reconhecido pelo Templo de las Manos Cruzadas, que abriga o alto relevo de dois braços cruzados pela equipe de Izumi.

No momento da descoberta, Kotosh foi considerado pelos pesquisadores como um dos templos mais antigos da América, até serem encontrados outros sítios arqueológicos como Caral, no norte de Lima, que foi datado com, aproximadamente, 5 mil anos de antiguidade.