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Morre o escritor húngaro Péter Esterházy, um dos mais importantes da Europa

8.jul.2011 - O escritor Péter Esterházy durante a mesa " Laços de Família", na Flip - Leticia Moreira/Folhapress
8.jul.2011 - O escritor Péter Esterházy durante a mesa " Laços de Família", na Flip Imagem: Leticia Moreira/Folhapress

De Budapeste

14/07/2016 16h37

O escritor húngaro Péter Esterházy, o maior expoente do pós-modernismo literário da Hungria e um dos mais importantes autores da Europa, morreu nesta quinta-feira aos 66 anos, informou a editora húngara Magvetö.

"A família e a editora informam com grande dor que Péter Esterházy faleceu na tarde do dia 14 de julho de 2016", explica o breve comunicado que a empresa publicou em seu site e no Facebook.

Nascido em Budapeste, em 14 de abril de 1950, em uma das famílias aristocratas mais importantes da Hungria, Esterházy se dedicou plenamente à literatura desde 1978, após estudar matemática na Universidade Elte, na capital húngara, e se tornou em um dos escritores húngaros mais conhecidos no mundo.

Sua obra foi traduzida para mais de 20 idiomas, incluindo o português, e reconhecida com vários prêmios, como o Ordre des Arts et des Lettres, da França, o Prêmio Herder, da Alemanha e o Prêmio Kossuth, da Hungria.

A linguagem do autor de "Uma Mulher" se caracteriza pelo jogo linguístico, a intertextualidade e textos compostos como um mosaico. No romance "Harmonias Celestiais" (2000), por exemplo, narrou a história de sua família, antes de descobrir que seu pai foi delator durante o regime comunista. Por isso, publicou depois a "Versão Corrigida" (2002).

Em 2011, Esterházy esteve na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) para apresentar "Os Verbos Auxiliares do Coração".

Em 2015, o escritor de "Nenhuma Arte" (2008) admitiu, em entrevista, que sofria de câncer de pâncreas descoberto seis meses antes e suas duas últimas obras estão relacionadas com à doença. O escritor era membro da Academia Europeia de Ciências, Artes e Letras, da Academia de Arte de Berlim e da Academia de Ciências da Hungria.

Para Estarházy, "a arte é luz que provém do mundo, isto é, do leitor", disse em 2010, em entrevista à Efe em Madri.