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Inseto que ataca mármore ameaça o Taj Mahal

23/05/2016 13h21

Nova Délhi, 23 mai (EFE).- O Taj Mahal, o mausoléu do norte da Índia considerado uma das maravilhas do mundo, terá que lidar com uma nova ameaça em forma de inseto que deixa manchas verdes em seu mármore branco e cuja população cresceu ao lado do monumento pela poluição do rio Yamuna.

A poluição no rio sagrado junto ao Taj Mahal propiciou um alga que colonizou as águas expulsando os peixes que até agora se alimentavam desta mosca e mantinham controlada sua população, explicou nesta segunda-feira à Agência Efe o entomologista Girish Maheshwari, um dos analistas que estudou o problema.

"Há insetos chamados Goeldichironomus, entre os quais há três espécies lá que estão se alimentando de uma colônia de algas e vão ao Taj Mahal onde deixam um húmus que basicamente consiste em clorofila digerida, que vai se armazenando" no mármore, indicou.

Pequenos peixes se alimentavam antes das larvas que esta mosca com aparência de mosquito deixa na água, mas "nestas condições (de poluição) não podem sobreviver", apontou Maheshwari, diretor do Departamento de Entomologia do Centro Universitário Saint John de Agra, a cidade onde está o mausoléu.

As larvas se reproduzem agora sem controle neste ponto do rio e os insetos adultos encontram facilmente alimento no acúmulo de matéria orgânica nas margens, inclusive em cinzas de um crematório próximo.

"Só há uma solução, que é tirar a colônia de algas das águas para que as larvas não tenham comida e não possam sobreviver", sentenciou o cientista, que colaborou no estudo com o Serviço Arqueológico da Índia (ASI, em inglês) e o governo do estado nortista de Uttar Pradesh, onde fica Agra.

Os excrementos do inseto que deixam um sedimento verde se somam ao tom amarelado ocasionado pela poluição do ar, que o ASI combate com limpezas a cada vários anos, a última delas iniciada em 2015, ao considerar que um tratamento contínuo minguaria o brilho do mármore e as pedras preciosas que tem incrustadas.

O Taj Mahal, um dos monumentos mais visitados do mundo, teve a construção ordenada pelo imperador mongol Shah Jahan entre 1632 e 1654 como mausoléu para sua esposa favorita, Mumtaz Mahal, e foi declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1983.